Sindicato contra Grupo Pestana por recusa de aumentos salariais
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte (STIHTRSN), Francisco Figueiredo, adiantou à agência Lusa que, "para além de ter congelado salários em 2009, o Grupo Pestana alterou unilateralmente o seguro de saúde reduzindo as coberturas e valências e o regulamento do Fundo de Pensões para não proceder à reposição contributiva" do mesmo.
Em protesto contra estas decisões, o Sindicato vai promover na próxima quarta-feira na Pousada Santa Marinha da Costa, em Guimarães, "uma das maiores e que vai estar cheia de clientes", uma concentração de dirigentes e delegados sindicais a partir das 17:00, "com distribuição de comunicados aos clientes, em português e inglês".
Além deste protesto, o presidente do Sindicato anunciou também para a próxima semana acções nacionais de protesto e de sensibilização dos clientes à porta das principais Pousadas de Portugal, exploradas pelo Grupo Pestana.
De acordo com o dirigente sindical, estas posições da empresa foram tomadas "à revelia do estabelecido no contrato de cessão e exploração e o Estado, a quem compete a fiscalização do contrato, através da ENATUR".
"O Grupo Pestana, ao contrário do prometido, não melhorou a ocupação das pousadas, piorou a qualidade do serviço, fez centenas de despedimentos, encerrou pousadas, secções e serviços, afronta direitos conquistados pelos trabalhadores ao longo de décadas, manifesta um défice democrático e de sensibilidade social, merecendo uma resposta do regulador/Estado, que tarda", afirma o STIHTRSN, em comunicado.
Francisco Figueiredo, um dos responsáveis pelas negociações a nível nacional, afirmou que o STIHTRSN tem em seu poder uma minuta do contrato ["que julga ser uma cópia do original"], que obriga a empresa "a garantir o Fundo de Pensões, seguro de saúde e fazer um conjunto de acções que não está a fazer".
O Sindicato denuncia ainda, no comunicado, que "o contrato celebrado entre o Estado e o Grupo Pestana está no segredo dos deuses, foi recusado aos representantes dos trabalhadores e aos deputados, o que representa uma decisão inconstitucional do Governo".
O presidente da estrutura sindical recorda que em Abril passado realizou-se uma acção nacional de protesto junto à sede da empresa e que, depois, houve uma reunião com a Administração, mas que "a empresa manteve uma intransigência muito grande" no que se refere a aumentos salariais.
O Lusa tentou contactar o Grupo Pestana sobre este assunto, mas tal não foi possível.