Sindicato cético quanto a regime específico para PSP
"Se esse regime específico fosse bom a GNR [que já o tem] não estaria em perfeito estado de descontentamento e revolta", disse à Lusa o presidente do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), Armando Ferreira.
A proposta de criar um regime específico foi anunciada pelos líderes parlamentares dos partidos que sustentam o Governo, PSD e CDS-PP, e o maior sindicato da PSP já se mostrou satisfeito, considerando que é uma reivindicação de 2008 - um regime específico.
A mesma visão não tem o Sinapol, que duvida de que, com a proposta, os polícias venham a ser beneficiados, e desconfia também de "que se possa aproveitar esta inclusão para se tentar colocar a PSP num ambiente mais militarista", algo inaceitável para o sindicato.
O Sinapol, disse também Armando Ferreira, defenderia sim que houvesse um regime de exceção para as forças policiais, (PSP, PJ e SEF), e não misturar a PSP com forças militares (GNR).
Armando Ferreira disse à Lusa que esta proposta nada muda no descontentamento dos polícias, que chegou a uma fase "como nunca esteve".
"Não é isto que nos vai fazer baixar os braços", disse, acrescentando que o Sinapol concordaria em debater que, no âmbito da proposta, fosse criada uma lei geral de trabalho em funções policiais.
O responsável lamentou também que os sindicatos do setor não tivessem sido ouvidos, disse, sobre a matéria.
Um polícia em início de carreira, disse Armando Ferreira, recebe 790 euros, que passam para 1123 após uma dezena de anos. Desde 2001, os polícias foram aumentados, em média, um euro em cada ano, acrescentou.