Sindicato acusa TAP de não estar a rentabilizar rotas com muita procura
"O SPAC vem demonstrar a sua preocupação pelo facto de voos para destinos que historicamente sempre foram operados pela TAP com taxas de ocupação elevadas e com várias frequências diárias, não estarem a ser rentabilizados devidamente, apesar de haver procura, numa altura em que a TAP está necessitada de mercado para recuperar da crise.", refere o sindicato, em comunicado. "Entre estes destinos destacamos aqueles em que existem comunidades de emigrantes", acrescenta.
Para os pilotos, "assiste-se incompreensivelmente neste momento ao abandono destes voos por parte da TAP com a consequente perda de receitas, aproveitamento de aeronaves e tripulações que se encontram imobilizadas, sobretudo agora que a empresa já não se encontra ao abrigo do lay-off."
O SPAC questiona o alegado abandono de "receitas que são vitais para a TAP, no momento em que a própria TAP invoca a situação económica deficitária para justificar o despedimento de milhares de trabalhadores."
Os pilotos dizem não encontrarem "justificação para esta política comercial uma vez que existe neste momento mercado de passageiros interessados nestes voos" e apontam mesmo que "outras companhias têm aproveitado a ausência e abandono da TAP, como são os casos das companhias aéreas KLM, Lufthansa, Swiss e easyJet."
"Estas companhias estão a operar por exemplo a partir da cidade do Porto com aeronaves de elevada capacidade, tendo por vezes recorrido a aviões de longo-curso para satisfazer a procura crescente por parte de passageiros", denuncia o sindicato.
"Tomemos por exemplo o dia 19 de dezembro e voos entre a cidade do Porto e a Suíça, onde existe uma comunidade significativa de emigrantes portugueses. Neste dia, somente as companhias aéreas Swiss e easyJet realizaram 12 voos para Zurique e Genebra, na sua maioria com elevadas taxas de ocupação. Inclusive foram utilizadas por parte da Swiss aeronaves Boeing 777 e Airbus 340-300, aeronaves de longo-curso de grande capacidade e que foram utilizados para responder à elevada procura por parte das comunidades de emigrantes nesta época natalícia", garante o SPAC.
"Estes voos de Zurique para o Porto transportaram respetivamente, 334 e 308 passageiros e o voo com menor número de passageiros, foi efetuado pela Easyjet com 155 passageiros. A TAP não realizou um único voo entre o Porto e Zurique, não obstante a elevada procura evidenciada, mantendo em terra os seus aviões, assim como os seus pilotos e demais tripulantes", acusam os pilotos, que dizem "não compreender estes critérios de gestão da empresa TAP".