Sindicalistas detidos vão processar agente da PSP

O julgamento de um dos dirigentes sindicais detidos na terça-feira à porta da residência do primeiro-ministro foi adiado para dia 31 de Janeiro. O do outro arranca a 2 de Fevereiro. Mas os dois vão avançar com uma acção contra quem os algemou.
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"O julgamento [sumário] teve início e sou acusado de desobediência, de me ter atirado para o chão e de ter oferecido resistência", disse hoje à saída do tribunal José Manuel Marques, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local-STAL.

Perante esta afirmação, os ânimos exaltaram-se e as dezenas de dirigentes sidicais que estavam à porta do tribunal começaram a gritar: "Mentirosos".

José Manuel Marques esclareceu que foi arrastado e empurrado, mas que nunca se atirou para o chão.

O julgamento começou hoje, mas foi pedido o adiamento porque os próprios arguidos não tinham conhecimento das acusações de que são alvo, disse o dirigente sindical.

"É preciso preparar a defesa", afirmou, justificando assim o pedido de adiamento e sublinhando que não é um criminoso, apenas um dirigente sindical.

O outro detido, Marco Rosa, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), também em declarações aos jornalistas à porta do tribunal, afirmou ter saído hoje sem estar acusado de nada, tendo ficado nova audiência marcada para 2 de Fevereiro.

"O Ministério Público precisa de mais tempo para recolher dados para me acusar", disse, acrescentado que "não é a força repressiva que vai parar a luta, vai intensificá-la".

No final das declarações de Marco Rosa, José Manuel Marques salientou que o seu "camarada, que não está acusado de nada, foi ontem [terça-feira] algemado como um criminoso", acrescentando que vão avançar com uma acção em tribunal contra o agente que o algemou.

Os dois dirigentes sindicais detidos na terça-feira participavam numa concentração que juntou cerca de 150 pessoas frente à residência do primeiro-ministro em protesto contra os cortes salariais na função pública, que terminou com confrontos entre manifestantes e agentes policiais.

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