Mathieu apontou o caminho aos leões para um triunfo arrancado a ferros
O Sporting arrancou a ferros uma vitória por 1-0 frente ao Moreirense, em Alvalade, a contar para a jornada 3 da I Liga. A equipa de Jorge Silas criou várias situações para marcar, mas acabou por consegui-lo com Luiz Phellype em campo que, seis minutos depois de ter entrado, cabeceou de forma certeira para o fundo da baliza de Mateus Pasinato.
É certo que os cónegos criaram alguns calafrios junto da baliza leonina, mas um gigante chamado Mathieu manteve a serenidade, acabando por ser ele a criar o golo do triunfo, que deixa o Sporting a um ponto do terceiro lugar, ocupado pelo Famalicão.
Os leões, a jogar em 4x3x3, entraram a todo gás em busca de um golo que deixasse a equipa mais confortável. E durante os primeiros 20 minutos foram sucedendo-se as situações de perigo junto da baliza de Mateus Pasinato.
Num desses lances, Bolasie chegou mesmo a abrir o marcador, após uma excelente jogada de ataque, mas que acabou por ser anulado pelo VAR porque Cristián Borja estava 14 centímetros em posição de fora de jogo. Não demorou muito até que Bolasie voltasse a estar perto do golo, mas o cabeceamento em voo foi parado pelo guarda-redes do Moreirense.
O Sporting apresentava uma boa dinâmica, com Bruno Fernandes atrás do ponta-de-lança (Bolasie) e com Luciano Vietto a ser muito importante quando saía da esquerda para se juntar no meio, à procura de desequilibrar através da sua qualidade de passe.
Contudo, aos poucos o Moreirense foi libertando-se da pressão e começou a tentar sair a jogar, procurando invariavelmente a velocidade de Luther Singh, que aos 22 minutos foi isolado por um passe de Fábio Abreu.
O remate do sul-africano foi desviado para canto pelo jovem guarda-redes Luís Maximiano, que conquistou a titularidade na baliza leonina. No lance, Luís Neto lesionou-se com gravidade e foi transportado de maca para o hospital, tendo para o seu lugar entrado Coates.
Os cónegos tiveram então um período muito bom na partida e voltaram a estar perto de marcar, mas Mathieu cortou no momento certo quando Pedro Nuno se preparava para desviar para a baliza um cruzamento de Luther Singh.
Mas nos últimos minutos do primeiro tempo, o Sporting voltou ao ataque em força, procurando trabalhar o seu jogo interior através de rápidas trocas de bola, embora o Moreirense procurasse insistentemente retirar espaço aos jogadores mais criativos como Bruno Fernandes e Vietto através de marcações muito apertadas para não deixá-los pensar.
Ainda assim, Jesé Rodríguez teve duas boas oportunidades para abrir o marcador, mas Pasinato voltou a dar nas vistas, sobretudo no primeiro desses lances em que fez uma excelente defesa.
A segunda parte começou praticamente com um livre direto cobrado por Mathieu que fez a bola embater no poste. O Moreirense jogava então com o tempo, pois sabia que à medida que os minutos passassem, a equipa de Jorge Silas ficava mais intranquila.
E foi isso que se verificou poucos minutos depois, sobretudo depois de Jesé Rodríguez ter estado perto de abrir o marcador com um desvio que Mateus Pasinato defendeu.
O Moreirense conseguia bloquear a construções de jogo leonino, sobretudo por não dar espaço aos criativos do Sporting e por estar muito agressiva no momento da perda de bola. A equipa de Silas começou a denotar a tal intranquilidade característica de uma equipa que tem vivido num carrossel de emoções. E aproveitando isso, Luther Singh escapou pela direita e quando ia rematar, apareceu Mathieu a fazer um grande corte, evitando a surpresa.
Aos 66 minutos, foi Fábio Abreu a cabecear contra Coates, com a bola a sair rente ao poste da baliza leonina. Era um momento chave para o Moreirense, que podia aproveitar para surpreender os leões.
Silas tirou então Jesé Rodríguez - muito irritado com a substituição - e lançou em campo Luiz Phellype. O Sporting passava a ter uma referência na área. E seis minutos depois, Mathieu fez um passe fantástico para o cabeceamento imparável de Luiz Phellype, que desbloqueava finalmente o marcador e afastava os fantasmas de Alvalade.
O golo entusiasmou a equipa da casa que, aproveitando o natural adiantamento do Moreirense em campo para ir à procura do empate, voltou a apresentar um jogo veloz na procura dos espaços que a defesa dos cónegos ia deixando.
E quando Iago Santos recebeu ordem de expulsão por ter visto o segundo amarelo, as coisas ficaram mais fáceis para o Sporting, que foi dispondo de várias situações que só não resultaram em golo devido às más decisões no último passe.
Contudo, é bom dizer que o Moreirense ainda teve uma boa ocasião para empatar, quando Pedro Nuno surgiu em boa posição, mas Luís Maximiano amarrou a bola garantindo que os três pontos não saíssem de Alvalade.
Foi a âncora que manteve a equipa agarrada ao jogo, com dois cortes fantásticos frente a Pedro Nuno (31') e a Luther Sing (64'). Pelo meio ainda cobrou um livre direto que embateu no poste. Na altura de maior intranquilidade do Sporting, o francês apareceu com um passe bem medido que encontrou a cabeça de Luiz Phellype, que resolveu a partida.
Veja os melhores momentos:
Eis as equipas:
Estádio José Alvalade, em Lisboa (29 093 espectadores)
Árbitro: Artur Soares Dias (Porto)
Sporting - Luís Maximiano; Ristovski, Luís Neto (Coates, 27'), Mathieu, Cristián Borja; Idrissa Doumbia, Wendel, Bruno Fernandes; Jesé Rodríguez (Luiz Phellype, 65'), Bolasie, Luciano Vietto (Rafael Camacho, 79')
Treinador: Jorge Silas
Moreirense - Mateus Pasinato; João Aurélio, Iago Santos, Steven Vitória, Abdu Conté; Fábio Pacheco, Filipe Soares (Alex Soares, 70'); Luther Singh, Pedro Nuno, Luís Machado (Bilel Aouacheria, 85'); Fábio Abreu (Nenê, 87')
Treinador: Vítor Campelos
Cartão amarelo a Luciano Vietto (36'), Steven Vitória (39'), Mathieu (45'+5), Cristián Borja (54'), Iago Santos (56' e 74'). Cartão vermelho a Iago Santos (74')
Golo: 1-0, Luiz Phellype (71')