Shiffrin faz história aos 21 anos com 3.º título mundial seguido
Mikaela Shifrin continua a fazer por merecer a alcunha de rainha do slalom. A atleta americana conquistou, ontem, o terceiro título mundial consecutivo, na neve de Saint Moritz (Suíça). Shiffrin terminou a prova de slalom, a disciplina mais técnica do esqui alpino, em 1.37,27 minutos, à frente da rival suíça Wendy Holdener ( a 1,64 segundos) e da sueca Frida Hansdotter (a 1, 75 segundos), que ficou com o bronze. A portuguesa Catarina Carvalho conseguiu a qualificação para a final, mas terminou num modesto 60º lugar.
A carreira da esquiadora americana continua em crescendo, com três títulos mundiais (2013, 2015 e 2017) e um ouro Olímpico (2014), alcançados em apenas quatro anos. A meses de fazer fazer 22 anos (13 de março), Shiffrin passou a ser a segunda esquiadora com mais títulos mundiais em toda a história, só ultrapassada por Christel Cranz, a alemã que dominou na década de 40, com quatro ouros (1934, 1937, 1938 e 1939).
Em Saint Moritz, a americana igualou o registo do lendário sueco Ingemar Stenmark, que terminou a carreira com três mundiais de slalom (1978, 1980 e 1982), mas Shriffrin conseguiu a proeza de os conseguir todos de seguida.
A norte-americana era a favorita a vencer a prova. Ainda mais, depois de, na semana passada, a principal adversária, a suíça Lara Gut ter, ter sofrido uma lesão grave durante os treinos de preparação para os Mundiais2017 de esqui alpino, que Shiffrin acabou por dominar. Pois, além do ouro no slalom, levou para casa a prata, conquistada na véspera (sexta-feira) no slalom gigante e lidera a classificação da Taça do Mundo de esqui alpino.
Nascida em Vail, no Colorado, Shiffrin teve uma ascensão meteórica no esqui alpino, começando a participar das provas da Federação Internacional logo aos 15 anos, a idade mínima exigida para competir internacionalmente.
Habituada a ser a substituta da rainha da velocidade no esqui feminino, leia-se Lindsay Voon, Mikaela Shiffrin começou a construir o próprio reinado aos 17 anos, quando, em 2013, conquistou a primeira medalha de ouro em mundiais, em Schladming, na Áustria. Só duas esquiadoras conquistaram o título mundial mais jovens do que ela : Hanni Wenzel (1974) e Esme Mackinnon (1931).
Um ano depois chegou ao ouro Olímpico em Sochi2014 e ganhou a alcunha de "rainha do slalom". Desde que alcançou a glória mundial pela primeira vez, em 2013, Shiffrin venceu mais de metade das provas em que participou (24 em 43), o que diz bem do domínio da esquiadora.
Em 2016 decidiu experimentar outras disciplinas. "Quando era mais nova, queria ser uma das melhores esquiadoras do mundo. Não queria apenas ser a melhor esquiadora de slalom. Queria ser muito boa em tudo", confessou antes de se estrear no downhill, em Lake Louise (foi 18.ª). Depois, em 2017, voltou ao Slalom, prova em que é rainha, para fazer história nos mundiais de esqui alpino.
Hanse, o melhor português
Portugal teve quatro atletas no Mundial2017 de esqui alpino, naquela que foi a maior representação numa prova deste nível. Arthur Hanse, que esteve nos Jogos de inverno Sochi2014, e Ricardo Brancal terminaram em 47.º e 58.º, respetivamente, as duas mangas de qualificação para a final de slalom, enquanto Samuel Almeida não concluiu a primeira manga.
Na final feminina, Catarina Carvalho falhou a qualificação para a segunda corrida, após, na véspera ter ter sido 83.ª na final de slalom gigante.