Sherlock de volta para explorar conceito de família

Quarta temporada das investigações de Sherlock e Watson regressou a Portugal e traz uma nova personagem: o pai do detetive. Criador e ator da trama falam ao DN
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Uma das personagens mais populares da literatura, e uma das mais vezes retratada no mundo da ficção - quer seja no pequeno ou no grande ecrã -, regressou na noite de terça-feira, com a estreia da quarta temporada de Elementar, a série norte-americana protagonizada por Jonny Lee Miller e Lucy Liu (esta na pele de Dra. Watson), exibida entre nós no TV Séries, e que promete surpresas para os próximos 24 episódios.

A adaptação da obra de Arthur Conan Doyle, e que mostra o detetive britânico e a sua assistente nos dias de hoje a colaborarem nas investigações criminais da polícia nova-iorquina, regressa numa altura em que Sherlock, com um passado ligado ao consumo de drogas, tem uma recaída e volta a enfrentar a sua dependência. Para adensar a trama, a quarta temporada traz consigo uma nova personagem, Morland, o pai do detetive britânico e com quem tem uma relação conturbada.

"Este ano queremos explorar o conceito de família. A chegada de Morland vai ter um grande impacto na vida de Sherlock mas também vamos aproveitar a oportunidade para explorar a família de Joan (Watson). Sherlock vai tentar ultrapassar a recaída que teve e a vinda do seu pai para Nova Iorque não é necessariamente aquilo que ele precisa nesta altura delicada. Os dois vão ter de resolver os seus problemas. Vai haver alguma tensão no início da temporada", explica em entrevista ao DN Robert Doherty, o criador da série dramática e criminal, que já tem no seu currículo de produtor e argumentista formatos como Medium, Ringer ou Star Trek: Voyager.

O progenitor de Holmes será interpretado por John Noble, o ator australiano que já vimos em séries como 24, Fringe, The Good Wife e Sleepy Hallow. "Tem sido recorrente, nos últimos 15 anos, dar vida a personagens em que posso explorar a relação pai-filho. E é ótimo para mim, porque sou completamente fascinado pela complexidade de famílias e, por exemplo, na influência e impacto de um pai no desenvolvimento e amadurecimento do seu filho ou filha. É um tema que todos percebemos e com o qual nos identificamos", revela o novo reforço do elenco ao DN, acrescentando que teve de ter em atenção alguns maneirismos linguísticos quando começou a interpretar a personagem, por ser australiano.

Um mergulho no guião

John Noble não esconde o entusiasmo em fazer parte desta série norte-americana, uma vez que sempre admirou o universo criado pelo escritor Arthur Conan Doyle, que apresentou ao mundo o detetive britânico no final do século XIX. "Sempre fui um fã de Sherlock, assim como gerações de pessoas também o foram. É uma personagem que trouxe algo fantástico e fascinante. Por exemplo, o facto de ele ser um consumidor de cocaína e de isso ser tão aceitável nos dias de hoje. É uma personagem fascinante, inteligente e identificamo--nos com ele", diz Noble, cuja personagem não aparece na obra original de Doyle. "Tive de mergulhar naquele guião e ler nas entrelinhas, inspirar-me nisso", frisa o australiano.

Robert Doherty, o criador, explica que adaptar uma personagem como Sherlock Holmes à atualidade não foi tão difícil como possa parecer. "A verdade é que esta personagem é intemporal. Sherlock já passou por tantas mãos e já inspirou tantos projetos que, embora não seja fácil, dá para perceber quem o fez bem e quem o fez de forma errada. Daí, é tentar fazermos o melhor e o mais original que conseguirmos. É difícil criar algo único mas é possível", explica o responsável ao DN.

Apesar de ter sido vítima de algumas críticas nos primeiros tempos, por se ter estreado pouco tempo depois da série britânica Sherlock, que também gira em torno do detetive britânico, a verdade é que Elementar encontrou o seu público e, apesar de uma ligeira descida de audiências desde a primeira temporada, que se estreou há três anos, é seguida por uma média de seis milhões de espectadores só nos Estados Unidos.

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