Sevilha de luto. O adeus sem rei à duquesa de Alba

A catedral e as ruas da capital da Andaluzia encheram-se de milhares de pessoas para as cerimónias fúnebres da aristocrata.
Publicado a
Atualizado a

A morte de Cayetana Fitz-James Stuart não é apenas a perda da mais mediática aristocrata do país vizinho. Representa, sobretudo, o fim de uma era para a mais influente casa monárquica de Espanha. Com a divisão da fortuna da casa de Alba, cujo valor se estima que ascenda a uns astronómicos 3000 milhões de euros, o ducado perderá influência não só económica mas sobretudo política (o filho mais velho da duquesa, Carlos, de 66 anos, é um ilustre desconhecido, pouco amante das luzes da ribalta).

Nascida no palácio da Liria, em Madrid, há 88 anos, Cayetana depressa trocou a capital por Sevilha, adotando a cidade andaluza como sua segunda casa. E, em agradecimento pela projeção mundial que deu à cidade - aliás, Sevilha decretou luto municipal -, os sevilhanos saíram à rua em peso para se despedirem da sua duquesa. 4500 encheram por completo a catedral para assistir às cerimónias fúnebres da duquesa, que foi presidida pela infanta Elena, em representação da família real. A ausência do Rei Felipe VI e de Juan Carlos e Sofia, reis eméritos, causou uma onda de críticas no país vizinho. Não só pela importância que a duquesa de Alba teve na defesa da monarquia nos tempos da ditadura franquista mas também pelas ligações familiares óbvias: Cayetana era afilhada de Afonso XIII e da rainha Vitória Eugénia (avós do atual Rei de Espanha, que viveram exilados no Estoril durante a vigência do general Franco).

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt