Sete anos depois, Nocentini volta a ganhar uma etapa

Ciclista italiano do Sporting, de 39 anos, é o primeiro líder da Alentejana
Publicado a
Atualizado a

Rinaldo Nocentini (Sporting-Tavira) viveu hoje uma segunda juventude no pelotão, ao interromper um período de sete anos sem ganhar, com a vitória na primeira etapa da 35.ª Volta ao Alentejo em bicicleta.

"Não vencia há mais de cinco anos e este triunfo foi muito importante, porque faço 40 anos em setembro e não estava fácil", disse'Il Noce', que, na realidade, já não ganhava desde 20 de fevereiro de 2010, dia em que conquistou a primeira etapa do Tour Haut Var.

Figura popular entre colegas -- Alejandro Marque e Frederico Figueiredo, que cortou a meta a gritar de alegria, apressaram-se a abraçá-lo -- e adversários, o veterano italiano festejou efusivamente a vitória na tirada inaugural da 'Alentejana', a sua primeira na estrada (venceu o Troféu Joaquim Agostinho em 2016, sem ganhar qualquer etapa) desde que assinou pelos 'leões' na temporada passada.

"A chegada de hoje agradava-me, já a conheço do ano passado e aproveitei ao máximo o momento. Eu sabia que havia muitos corredores fortes no 'sprint', como o Carlos Barbero e o [Eduard] Prades, optei por não arriscar muito, mas, a uns 150 metros da meta, decidi atacar e foi o momento exato", explicou Nocentini, depois de arrancar para a vitória na intrincada curva, em paralelo, que desembocava na meta inclinada de Castelo de Vide.

O 'timing' perfeito do experiente corredor do Sporting-Tavira, que andou oito etapas de amarelo na Volta a França de 2009, permitiu-lhe bater o 'explosivo' Eduard Prades (Caja Rural) e Carlos Barbero (Movistar), e vestir de amarelo no final da mais dura das tiradas da 35.ª edição da 'Alentejana', cumprida em 04:04.09 horas.

O sobe e desce da primeira etapa convidava à formação de fugas e o canadiano Matteo Dal-Cin (Rally Cycling) e o irlandês Sean Mckenna (An Post Chain Reaction) responderam à chamada, aventurando-se em duo logo aos oito dos 158 quilómetros entre Portalegre e Castelo de Vide.

Os dois pareciam embalados para a discussão da tirada, já que, ao quilómetro 46, tinham uma vantagem de 9.30 minutos para o pelotão comandado pela Movistar, mas o conforto da diferença não passou de uma ilusão. Ainda antes da primeira contagem de montanha do dia, uma segunda categoria em Cabeço do Mouro (102,2 km), Dal-Cin e Mckenna foram apanhados, cedendo o protagonismo a novos fugitivos.

Marque, vencedor da Volta a Portugal em 2013, o norte-americano Logan Owen (Axeon Hagens Berman), o português Ricardo Vilela (Manzana Postobón) e o australiano Nicholas Schultz (Caja Rural) lançaram-se na frente da corrida, à medida que a estrada foi inclinando, passando isolados em Monte Paleiros (3.ª) e no Marvão (4.ª).

No entanto, o esforço do quarteto foi infrutífero diante da perseguição movida pela Movistar, que demonstrou todo o seu poderio no trabalho em prol de Barbero (o vencedor de 2014 da 'Alentejana'), apesar de ter perdido uma peça fundamental com a desistência de Adriano Malori -- desde que regressou à competição em setembro, após recuperar das sequelas da grave queda que sofreu em janeiro do ano passado na Volta a San Luis, o italiano nunca conseguiu terminar uma prova.

Com o pelotão reduzido a cerca de 40 unidades, foi o empedrado inclinado de Castelo de Vide a fazer a diferença, com a ousadia do Sporting-Tavira a ser recompensada.

"Estamos muito contentes. Esta vitória é de toda a equipa. Esta camisola [do Sporting] tem muito peso e temos de estar bem em todas as corridas. Agora podemos correr ao ataque", assumiu Marque, depois de ter cumprimentado o dono da primeira camisola amarela.

Será com ele e com os restantes colegas que Nocentini vai contar para defender, já na quinta-feira, nos 171,3 quilómetros da segunda etapa, entre Monforte e Portel, a sua liderança, que está presa por quatro segundos em relação a Eduard Prades, que é segundo, e seis sobre Barbero, terceiro -- Edgar Pinto (LA Alumínios-Metalusa Blackjack) é o melhor português, estando na sexta posição, a dez segundos.

"Tenho uma equipa muito forte e vamos tentar fazer o melhor possível. Ganhar é sempre importante, a prova é muito boa, tem corredores importantes", assumiu o italiano.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt