Serviços secretos ditaram mudança de versão de Obama sobre atentado na Líbia afirma Joe Biden

O vice-presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou hoje que a mudança da versão da administração Obama sobre o atentado que vitimou o embaixador na Líbia foi ditada pela informação que os serviços secretos foram transmitindo.
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No primeiro e único debate com o candidato republicano a vice-presidente, Paul Ryan deu o atentado como exemplo "da dissolução da política externa" da administração Obama, que inicialmente disse que o incidente resultou de protestos de rua anti-americanos e mais tarde assumiu ter-se tratado de um atentado terrorista planeado.

"O Presidente levou duas semanas a reconhecer que isto era um atentado terrorista (...) Se nós [futura administração republicana] viermos a ser atacados por terroristas, vamos chamá-lo pelo nome: um ataque terrorista", criticou Ryan.

"A comunidade dos serviços secretos disse-nos isso. " medida que foram recolhendo mais factos sobre exatamente o que aconteceu, mudaram a sua avaliação", justificou Biden.

O atentado de Bengazi, na Líbia, foi o primeiro tema do debate de Danville, Estado do Kentucky, lançado pela moderadora Martha Radditz, e Biden contra-atacou criticando o candidato presidencial republicano, Mitt Romney, por vir comentar publicamente o incidente antes de se saber de todas as circunstâncias, sobretudo da morte do embaixador Chris Stevens.

"Isso não é liderança presidencial", criticou Biden, que durante o debate de uma hora e meia se mostrou bastante mais agressivo do que o Presidente Barack Obama há uma semana, considerado quase unanimemente derrotado por Romney perante 70 milhões de espetadores.

"O nosso embaixador em Paris tem um destacamento de fuzileiros, porque não na Líbia? (...) O que estão a ver nos vossos ecrãs de TV é a dissolução da política externa Obama", disse Ryan.

Os democratas esperavam que o debate de hoje permitisse inverter a "maré" desde o desempenho de Romney no debate presidencial de 03 de outubro, que levou a uma forte recuperação do republicano nas sondagens.

Sorrindo com muita frequência, enquanto o lado oposto do ecrã de televisão mostrava Ryan a expor argumentos, Biden referiu-se ao seu adversário como "amigo".

Acusou frequentemente o adversário de imprecisões e de ter votado no Congresso a favor de cortes no orçamento para segurança de embaixadas.

Em relação ao Irão, defendeu a política de sanções prosseguida pela administração Obama, com a intervenção militar como último recurso, e dizendo que a abordagem republicana pode resultar numa nova guerra.

Ryan responsabilizou diretamente Biden por não ter conseguido um acordo com o governo iraquiano sobre a presença norte-americana no Iraque depois da retirada das tropas.

Biden disse que o candidato republicano Mitt Romney tem posições inconsistentes sobre a presença de tropas no Iraque e também no Afeganistão, de onde a administração Obama planeia retirar completamente até 2014.

Ryan frisou que Romney concorda com o prazo de 2014 para retirada, mas que anunciá-lo projeta "fraqueza" da administração norte-americana.

A política externa e em particular a questão do Médio Oriente estiveram praticamente ausentes do debate presidencial da semana passada.

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