Sérgio Paulinho magoado com Alberto Contador

Português ponderou terminar a carreira depois de não ter recebido um convite para acompanhar o espanhol, agora quer tentar vencer a Volta a Portugal
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O ciclista português Sérgio Paulinho (Efapel) não escondeu a mágoa pelo telefonema que nunca chegou a receber de Alberto Contador, mas mostrou-se preparado para fazer uma boa temporada que lhe reabra as portas do WorldTour.

"Sempre disse que o Alberto [Contador] não era obrigado a levar-me, nem tinha de se sentir obrigado. O Alberto, entre aspas, prometeu uma coisa, que não cumpriu. O que me magoou foi mais isso. Da minha parte, as coisas continuam normais, da parte dele não sei, porque nunca mais falámos", disse à Agência Lusa, durante a 35.ª Volta ao Alentejo.

Amigos e vizinhos, Paulinho e o espanhol, vencedor de sete grandes Voltas, eram inseparáveis, com o português, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, a ser o fiel escudeiro de El Pistolero, que esta temporada se mudou para a Trek-Segafredo, nas provas mais importantes.

No entanto, a relação entre os dois acabou mal, com o agora ciclista da Efapel a não esconder ter saído magoado com o final da parceria e com a falta de respeito que Contador demonstrou.

"Não é pelo historial. É por tudo aquilo que já fiz por ele. Tanto eu, como outros colegas meus. Acho que merecíamos, se calhar, o tal telefonema que ele sempre nos disse que faria, mas pronto. São águas do passado", defendeu.

De regresso a Portugal, depois de 12 temporadas na elite do ciclismo mundial, o ciclista de 36 anos quer dar nas vistas no pelotão nacional para tentar voltar ao WorldTour.

"Gostava [de voltar], porque não saí da melhor maneira. Sei que saindo de lá agora é muito mais difícil voltar e poder entrar nalguma equipa. Mas vamos fazer os possíveis para que, durante o ano, as coisas corram bem para que possa ter essa oportunidade", salientou.

Paulinho, vencedor de uma etapa no Tour 2010 e outra na Vuelta 2010, ainda pensou dar por concluída a sua carreira, mas acabou por reconsiderar graças à proposta da Efapel.

"Na altura, quando ponderei abandonar, tinha como objetivo continuar no estrangeiro. Isso não foi possível. Falei com a minha família, com amigos mais chegados e resolvi continuar para tentar ganhar a Volta. Não quer dizer que vá ganhar. Venho mais com o intuito de saber mesmo se tenho condições ou não e depois logo se verá", assumiu.

Para já, o experiente gregário, convertido este ano em líder de equipa, garante que "as coisas estão a correr bem".

"Tem sido uma experiência bastante boa voltar ao ciclismo português. Está diferente de quando emigrei. Mesmo a corrida em si, é completamente diferente. Agora é uma questão de adaptação ao novo ciclismo para as coisas começarem a rolar normalmente", disse, reconhecendo que já se começa a sentir um veterano.

Sérgio Paulinho é o 32.º classificado da Volta ao Alentejo, que decorre até domingo, estando a 25 segundos do camisola amarela, o espanhol Carlos Barbero (Movistar).

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