David Carreira: "Ser reconhecido na rua faz parte da vida que escolhi"
Estás a viver entre Paris e Lisboa, já gravaste o primeiro single do segundo álbum em francês (que deve sair em maio). Como está a correr?
O feedback está a ser muito bom, melhor do que no primeiro álbum francês, o single Domino está a passar em todas as rádios aqui, na NRJ, na Fun Radio - e há que aproveitar esta onda. Agora estou a fazer promos e trabalho de estúdio para terminar o álbum. Tenho sete músicas prontas, faltam umas cinco e está a correr muito bem.
Uma carreira dupla dá muito trabalho.
Não deixo o resto de parte, mas agora estou quase sempre a trabalhar. Tenho a sorte de me divertir imenso a fazer o que faço, quer na criação musical e nos videoclips quer em tudo o que está à volta da música, portanto não é grande sacrifício. Mas por exemplo, enquanto o Justin Bieber tem um álbum e uma promo, eu tenho dois álbuns e duas promos (português e francês, diferentes a nível musical), tenho tudo a dobrar. É como se estivesse a fazer duas carreiras em simultâneo, porque os públicos não têm nenhuma ligação musical.
[artigo:5717517]
E já te reconhecem aqui como em Portugal?
Sim. Há bocado ofereceram-nos um barco. Foi surreal! Estávamos a passar ao pé do Sena e um carro parou e o francês que ia a guiar disse: "Tens ali o meu barco, o Maximes, não queres tirar lá umas fotos, David?" O que sinto no mercado francês é que é muito rápido. Lancei o primeiro single deste álbum nem há um mês e já está nos tops. Quando as coisas correm bem, sobes muito rapidamente. E estou a divertir-me.
Como é que concilias isso com a vida normal de um jovem de 25 anos?
Custa um bocado, mas eu sou uma pessoa muito caseira... E isto, ser reconhecido na rua, faz parte do que escolhi como vida, é mais uma parte da carreira e tenho de o aceitar. Mas às vezes, claro, acordas de manhã e só queres ir beber um café, é mais chato, mas faz parte.
Mas tens de te conter em alguma coisa? Por exemplo, o Justin Bieber já foi apanhado com álcool, em escândalos... tu nunca foste notícia por esses motivos.
Contenho-me um bocado, sim. Tenho algum receio e há muitas coisas que deixo de fazer em Portugal e em França. Claro que quando tenho tempo fujo daqui e faço o que tenho para fazer, o que qualquer jovem de 25 anos quer fazer, mas que aos olhos de uma câmara pode parecer mal. Beber copos com amigos não tem nada de mal, mas de repente pode cair mal.
Achas que, por teres um público muito jovem, tens de dar o exemplo?
Também, sim. E há coisas muito simples da privacidade, como ir à praia, que é difícil fazer... Eu não ponho os pés numa praia em Portugal desde os 18 anos, porque não me apetece aparecer nas capas das revistas assim... O que faço é que, como adoro viajar, aproveito para ter uma vida normal quando estou fora.
Também estás ligado a causas de solidariedade social - és embaixador da Refood e da Make a Wish...
Sim, tenho essa ligação, sobretudo com causas que envolvem crianças. Acho que acontece a todos nós às vezes acharmos que temos imensos problemas e chatices e depois olhamos para estas pessoas e relativizamos tudo. E nessa ligação com a Make a Wish, em que faço coisas pequenas, que não custam nada - subo criança ao palco, faço vídeos para as crianças a dar parabéns ou faço reverter as receitas de uma música para eles -, vê-se que para quem recebe esses gestos aquilo é mesmo especial. Para eles é um momento único e isso vale muito a pena. Já me aconteceu visitar crianças quase em fase terminal e depois vê-las passado três ou quatro anos no meu concerto, completamente recuperadas. E nessa altura, uma pessoa pensa que pode ter ajudado. É ótimo!
Além da música e das participações no cinema, gostarias de continuar a fazer moda e televisão ou só o aceitarias em projetos pontuais?
Agora sim, dependeria dos projetos. Se me convidassem para criar uma linha de roupa, claro que aceitava, mas com uma ligação à música, não a passar modelos. Porque são coisas que têm que ver com criação - uma linha de uma marca em que tu é que dás as ideias. Agora desfilar só, isso já não sou eu. Houve um início de carreira em que não tinha a certeza se era a música a minha carreira principal. Agora já não tenho dúvidas: sou cantor. Mas é obvio que se aparecer um projeto muito interessante televisivo em Portugal, de novela ou cinema, sem dúvida que o avaliaria. Por exemplo, gostei imenso de fazer o Trolls e adoro representar, acho muito bom ser-se versátil. Se me dissessem, há aqui um projeto em Portugal interessante e durante um ano tens de deixar a música, se for muito giro, se calhar faço uma pausa e concentro-me na representação. Mas seria algo pontual.
Os jornalistas viajaram a convite da Aigle Azur, da Check in e da Glam