Sentença de Taylor prova: ninguém está acima da lei

A Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Catherine Ashton, afirmou hoje que a condenação do antigo presidente da Libéria a 50 anos de prisão pelo Tribunal Especial para a Serra Leoa "demonstra que ninguém está acima da lei".
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Numa declaração hoje divulgada em Bruxelas, a chefe da diplomacia europeia comentou que sentença, proferida na véspera em Leidschendam (Holanda), "confirma a gravidade dos crimes" cometidos por Charles Taylor, que havia sido considerado culpado a 26 de abril de crimes contra a humanidade e de guerra.

"Este processo legal, o julgamento e a sentença demonstram que ninguém está acima da lei. Todos aqueles que cometem crimes contra a humanidade, no seu país ou noutro, estejam no poder ou sejam rebeldes, podem e devem ser levados à justiça. Tal é o mínimo que as vítimas de tais crimes merecem", afirmou Ashton.

A terminar, a Alta Representante reafirmou que "a UE está firmemente empenhada na justiça internacional e na luta contra a impunidade", tendo sido "uma forte apoiante no Tribunal Especial para a Serra Leoa".

Taylor é o primeiro ex-chefe de Estado condenado pela justiça internacional desde que o tribunal militar de Nuremberga julgou os responsáveis nazis.

Considerado culpado de 11 acusações, incluindo violação, assassínio e atos desumanos, Charles Taylor, de 64 anos, presidente da Libéria de 1997 a 2003, foi acusado de ter criado e aplicado um plano para obter o controlo da Serra Leoa, através de uma campanha de terror, com o objetivo de explorar as reservas diamantíferas do país.

As tropas de Taylor combateram ao lado dos rebeldes da Frente Unida Revolucionária da Serra Leoa, a quem o presidente fornecia armas em troca dos designados "diamantes de sangue" extraídos ilegalmente.

A condenação de Taylor foi saudada de forma unânime pela comunidade internacional e por numerososas organizações não governamentais, que a consideraram uma "decisão histórica" na luta contra a impunidade.

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