Senadores do PS em peso no arranque de Maria de Belém
Maria de Belém Roseira apresenta hoje formalmente a sua candidatura à Presidência da República e na primeira fila contará com pesos-pesados do PS. Manuel Alegre - primeiro senador a apoiar a ex-ministra da Saúde de António Guterres, num artigo publicado no DN -, Jorge Coelho e José Vera Jardim são três dos nomes confirmados no evento que está marcado para as 18.00, no Centro Cultural de Belém (CCB).
Fonte da candidatura da ex-presidente socialista garante que "vai haver uma enchente" na Sala Sophia de Mello Breyner, onde também é esperado - ainda que sem confirmação até à hora de fecho desta edição - o antigo ministro da Educação de Guterres, Eduardo Marçal Grilo.
Ora, ao governo do atual alto--comissário das Nações Unidas para os Refugiados Maria de Belém pode também ir buscar o mandatário da candidatura. Nos últimos dias, Vera Jardim, ex-ministro da Justiça de Guterres, era o nome falado com maior insistência para desempenhar essa função, embora outras personalidades também tenham entrado na equação - como o de Daniela Ruah.
No entanto, as participações da atriz na universidade de verão do PSD não terão sido vistas da melhor forma nos bastidores da equipa que apoia Maria de Belém.
Ainda com a comissão de honra da candidatura por fechar, são, contudo, vários os notáveis socialistas que se colocam ao lado da ex--presidente do partido durante a era de António José Seguro na liderança. O eurodeputado Francisco Assis já assumiu esse apoio, engrossando um lote em que se inserem vários seguristas: Álvaro Beleza, Miguel Laranjeiro, Eurico Brilhante Dias, Ana Gomes - a primeira a lançar para praça pública o nome de Maria de Belém, após a reunião da Comissão Política do PS de 29 de janeiro.
Entre os apoios já colecionados, segundo fonte da candidatura, conta-se também o de Mariana Guterres, filha do ex-primeiro-ministro socialista.
Também presentes vão estar os impulsionadores da candidatura Joshua Ruah (urologista), Luís Reto (reitor do ISCTE) e António Rendas (reitor da Universidade Nova) e ainda o general Garcia dos Santos, que abandonou o Conselho das Ordens Nacionais, órgão de nomeação do Presidente da República, em rutura com Cavaco Silva.
Garantido também, tal como António Costa fez questão de frisar de viva voz após a última reunião da Comissão Política, o PS não apoiará qualquer candidato a Belém. Pelo menos na primeira volta do sufrágio, dando o partido liberdade total aos seus militantes.
"Circunstâncias venceram Rio"
À direita, o xadrez presidencial está agora muito mais claro. Com a entrada de Marcelo Rebelo de Sousa em cena, Rui Rio estará prestes a sinalizar ao país que vai abdicar da corrida a Belém.
"Marcelo avançou e as sondagens são o que são, não vale a pena negar. As circunstâncias venceram Rui Rio", diz fonte próxima do ex--presidente da Câmara Municipal do Porto ao DN.
Reconhecendo que o antigo autarca tem agora um caminho muito mais estreito pela frente, o mesmo interlocutor nota que o decorrer do tempo "beneficiou" Marcelo e que Pedro Passos Coelho pouco tinha a fazer para conter o professor. Outra fonte sublinha mesmo que "Passos precisa muito mais de Marcelo do que Marcelo de Passos", motivo pelo qual o presidente do PSD procurou assumir uma postura de equidistância em relação aos dois sociais-democratas mais falados para a sucessão de Cavaco Silva.
Todavia, mesmo entre os seus mais próximos, há quem defenda que Rio "vai ter de dizer alguma coisa" dentro de uma ou duas semanas. "Se não se pronunciar será um player fora do jogo", ouviu o DN de um apoiante que admite que o economista quebrará o silêncio quando se souber quem (e como) forma governo.
De resto, outra fonte destaca que agora só a liderança do PSD poderá estar no horizonte de Rio, embora remeta qualquer movimentação para um futuro mais distante. Até porque Passos vai continuar ao leme do partido. Descartada está mesmo a hipótese de o ex-autarca integrar o próximo governo.