Senador apanhado com dinheiro nas nádegas afasta-se e filho assume o cargo
Chico Rodrigues, senador brasileiro apanhado em operação policial com 33 mil reais [cerca de cinco mil euros] escondidos entre as nádegas e as cuecas, resolveu pedir uma licença de 121 dias, seis dias após o escândalo vir à tona. Quem vai ocupar o seu lugar na câmara alta do Congresso Nacional é o primeiro suplente, Pedro Rodrigues, que é seu filho.
Vice-líder parlamentar do governo, Chico Rodrigues sofreu pressões de colegas do seu partido, o DEM, de centro-direita, e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que também é do DEM, a deixar temporariamente o mandato depois de Luís Roberto Barroso, juiz do Supremo Tribunal Federal, ter determinado o seu afastamento. Com a decisão de Rodrigues de pedir licença, Barroso logo na sequência retirou o pedido de afastamento.
Além de ser apanhado com os 33 mil reais entre as nádegas e as cuecas, Rodrigues é suspeito de participar num esquema de corrupção que, segundo os investigadores, desviou dinheiro destinado ao combate à covid-19 no estado do Roraima.
Rodrigues é próximo há mais de duas décadas de Jair Bolsonaro - "quase temos uma união de facto", brincava o presidente da República em vídeo do ano passado - e um dos seus mais ferozes aliados no parlamento, empregando inclusivamente no seu gabinete Léo Índio, o primo direito dos filhos de Bolsonaro que tem por missão "caçar comunistas" espalhados na administração pública. Após o escândalo das nádegas, Índio demitiu-se.