Senado aprova reforma fiscal de Trump
Os senadores republicanos aprovaram a reforma fiscal de Donald Trump, que inclui cortes permanentes nos impostos para as empresas e cortes temporários para os contribuintes. No senado, os republicanos aprovaram a reforma por 51 votos, com 48 votos contra dos democratas. A nova legislação vai trazer as mudanças mais drásticas às leis tributárias norte-americanas desde 1986.
Os republicanos votaram todos a favor da reforma de Trump, que conseguiu uma rara vitória; a única exceção foi o senador do Arizona John McCain, que está a receber tratamento para o cancro e esteve ausente da votação.
Ainda que a aprovação da reforma fosse já esperada, os democratas não calaram as críticas. Segundo analistas independentes, as novas leis vão beneficiar de forma desproporcionada os mais ricos e as grandes empresas.
A legislação tem agora de regressar à Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos, para uma aprovação final esta quarta-feira, mas espera-se que passe.
A reforma fiscal da administração Trump desce de 39,6% para 37% o imposto cobrado às pessoas singulares e corta para 21% o imposto às empresas, uma descida dramática dos atuais 35%, assinala o The Guardian.
O líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, considerou as novas leis uma "desgraça". Durante a votação, ativistas que assistiam gritavam "matem a lei, não nos matem a nós". Foi o vice-presidente Mike Pence quem pediu, perante uma cena quase caótica, que fosse restabelecida a ordem na sala.
Os republicanos celebraram a aprovação da reforma com uma conferência de imprensa já na madrugada de quarta-feira (hora local). O líder da maioria republicana, Mitch McConnell, rejeitou que a reforma fiscal seja impopular entre os norte-americanos: "Se não conseguimos vender isto ao povo americano, temos de mudar de emprego", disse.
Durante a votação, o presidente Trump agradeceu aos líderes republicanos no Twitter, por votarem a favor do corte de impostos.
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Apesar dos atrasos, o Congresso deverá enviar a nova lei a Trump ainda a tempo de o presidente assinar e entregar à nação o que considerou ser um "grande e belo presente de Natal".
A reforma fiscal, que proporcionará uma descida de impostos como não se regista há 31 anos, constituiu "uma vitória histórica para os norte-americanos", regozijou-se Donald Trump, que felicitou os membros do seu partido, os Republicanos, que chegaram já a ter divergências com o Presidente dos EUA.
Por enquanto, os norte-americanos estão céticos: dois terços acreditam que as reduções de impostos beneficiarão os ricos mais do que a classe média, de acordo com uma pesquisa da estação de televisão CNN, um argumento que os democratas utilizaram na discussão da reforma.
"As pessoas vão mudar de opinião", assegurou o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Paul Ryan, enquanto o líder da oposição no Senado, Chuck Shumer, sustentou que "a lei fiscal dos Republicanos não é mais que confirmar que o Partido Republicano é o partido dos ricos e das empresas".
A partir de fevereiro, as deduções na fonte descerão nas folhas de salário e as famílias pagarão 1.600 dólares de imposto (1.346 euros) no próximo ano e a taxa para as empresas desce de 35% para 21%, de acordo com o departamento norte-americano de política fiscal.