Caster Semenya, a atleta sul-africana, campeã olímpica e campeã mundial nos 800 metros, ingressou na equipa de futebol do JVW, uma clube que disputa a liga feminina no seu país..A corredora de 28 anos está impossibilitada de competir enquanto não reduzir os níveis de testosterona no seu organismo e, assim, não poderá defender o seu título no campeonato mundial que se realiza em Doha no final deste mês nem o seu título olímpico, em Tóquio, no próximo ano. Para não ficar parada, e enquanto continua a sua batalha pela alteração das regras da Federação Internacional de Atletismo, Semenya decidiu jogar futebol, pelo menos até 2020..twitter1169897609839857665.O JVW Futebol Clube foi fundado em 2013 pela atual capitã da seleção nacional da África do Sul, Janine Van Wyk, com o objetivo de "identificar, desenvolver, melhorar e mostrar" as futebolistas do país. O clube é um dos principais do campeonato feminino da África do Sul..À BBC, Van Wyk garantiu que Semenya "não desistiu de correr": "Ela está a fazer uma pausa neste momento e é por isso que tem tempo para fazer algo diferente". A atleta teve "duas sessões de treino com a equipa e deu para perceber que o futebol dela está lá, mas obviamente ainda precisa trabalhar um pouco porque é muito diferente do atletismo".."Tê-la a jogar na liga é incrível e as suas companheiras de equipa vão inspirar-se muito em Caster", concluiu Van Wyk..Semenya não é a primeira figura do atletismo a mudar para o futebol - em 2017, depois de anunciar a sua retirada do atletismo de competição, também o jamaicano Usain Bolt treinou com o clube norueguês Stromsgodset e com a equipa australiana Central Coast Mariners, mas acabou por não conseguir um contrato profissional..Também a corredora moçambicana Maria Mutola, que foi treinadora de Caster Semenya, depois de se retirar do atletismo chegou a jogar futebol na equipa sul africana Luso Africa, quando tinha 37 anos..O regulamento criado em 2018 pela IAAF obriga mulheres atletas de 400 m, 800 m e 1500 m a submeterem-se a tratamentos hormonais para baixarem os níveis naturais de testosterona. Semenya recusa-se a fazê-lo. Neste momento o caso encontra-se nas mãos da justiça suíça.