Seis mortos em ataque "terrorista" numa mesquita no Quebeque
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, condenou hoje o ataque perpetrado contra uma mesquita do Centro Cultural Islâmico da cidade do Quebeque, em que morreram pelo menos seis pessoas e oito ficaram feridas.
"Esta noite os canadianos lamentam os mortos num cobarde ataque numa mesquita da cidade do Quebeque. Os meus pensamentos estão com as vítimas e as suas famílias", escreveu Trudeau na sua conta de Twitter.
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"Condenamos este ataque terrorista contra os muçulmanos num centro de oração e refúgio", indicou num comunicado, lembrando que "a diversidade é a nossa força e a tolerância religiosa é um valor que nós, enquanto canadianos, prezamos".
As testemunhas dizem que três homens encapuzados entraram na mesquita por volta das 19:15 de domingo (00:15 de hoje em Lisboa) e começaram a disparar. Mas a polícia acredita que os autores do ataque serão apenas dois, que já foram detidos. Segundo as autoridades, as vítimas tinham entre 35 e 70 anos. 39 pessoas saíram ilesas do ataque.
O tiroteio ocorreu depois de Trudeau dizer que o Canadá acolheria os refugiados impedidos de entrar nos Estados Unidos, depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter suspenso o programa de refugiados dos EUA, impedindo temporariamente a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, alegando motivos de segurança nacional.
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A mesquita foi alvo de atos de vandalismo e mensagens xenófobas nos últimos meses. Em junho, a cabeça de um porco foi deixada à porta da mesquita em pleno Ramadão (o mês sagrado dos muçulmanos).
"Um tiroteio. Na cidade do Quebeque. Não acredito", disse Mohammed Yangui, o presidente da mesquita, citado pelo jornal canadiano 'The Globe and Mail'. "Nunca fizémos nada para provocar ninguém e nunca cultivámos ódio contra ninguém", acrescentou.
O primeiro-ministro do Quebeque, Philippe Couillard, classificou de "terrorista" o ataque. Philippe Couillard escreveu na rede social Twitter que "como resultado deste ato terrorista, pedi que a bandeira na Assembleia Nacional (parlamento provincial) seja hasteada a meia-haste".
O Presidente francês, François Hollande, condenou "nos termos mais fortes possíveis" o "odioso ataque" na cidade canadiana do Quebeque. "É o espírito da paz e a abertura das pessoas do Quebeque que os terroristas querem atingir", disse Hollande.