Seguro surpreendeu membros da sua direção
Foi o caso de João Proença, ex-líder da UGT, que integra o secretariado nacional do PS (o órgão executivo de decisão mais restrito no topo da hierarquia do partido).
Falando a jornalistas à margem dos trabalhos do congresso do PSD, ao qual foi numa delegação do PS, Proença dizia que o partido iria "rapidamente" a sua escolha para as Europeias, competindo essa tarefa ao secretário-geral.
Contudo, acrescentaria que "o PS não tem pressa", recordando que "há cinco anos, foi anunciado em março". "Será anunciado de acordo com o 'timing' do PS, não de acordo com o 'timing' do PSD, nem da Comunicação Social", disse o dirigente socialista.
Até António José Seguro anunciar a sua escolha, minutos depois do encerramento dos trabalhos do XXXV Congresso do PSD, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, o que se sabia, por informações provenientes da direção do partido, é que a "apresentação formal" do candidato do PS seria em 5 de março (data que se mantém). A direção reservava-se no entanto o direito de fazer o anúncio do nome antes - o que acabou por acontecer.
O anúncio por Passos Coelho, ontem, de que o cabeça de lista da coligação será Paulo Rangel contribuiu para Seguro se decidir pela revelação da sua escolha.
Esta foi uma das notícias com o que o PS fez "marcação cerrada" ao congresso do PSD. A outra foi, no sábado, a de que vai desencadear no Parlamento uma comissão de inquérito à compra pelo Estado de dois submarinos e das viaturas militares Pandur.