Secretário Executivo da CPLP pede calma aos guineenses
"Encorajamos os guineenses a manterem a calma e irem a votos com a consciência tranquila e dever cumprido", disse Murade Murargy à Lusa após receber na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, o ministro da saúde de Moçambique, Alexandre Jaime Manguele.
Lamentando a morte do ex-chefe de Estado guineense, Murargy reiterou que "o povo guineense tem de manter a calma para levar a cabo este processo eleitoral de forma muito civilizada e ordeira".
"Ele era uma peça importante no processo, se estivesse vivo havia de manter a mesma serenidade" dos restantes atores políticos da Guiné-Bissau, afirmou.
Numa nota de pesar entretanto enviada à Lusa, o secretário executivo da CPLP apresenta as suas condolências aos familiares e realça "o papel que o ex-presidente Kumba Iálá desempenhou na política do seu país".
"Reitero a nossa convicção no sucesso do processo eleitoral em curso, que todos queremos que seja livre, transparente e participado, conducente à restauração da ordem constitucional na Guiné-Bissau, à retoma da estabilidade e ao início de um novo ciclo que permita materializar as reformas necessárias ao desenvolvimento do país", conclui ainda Murargy na mesma nota.
A Guiné-Bissau vive um período de campanha eleitoral com vista às eleições gerais de 13 de abril, sucessivas adiadas desde o ano passado, que será o primeiro ato eleitoral desde o golpe de Estado de abril de 2012.
O ex-Presidente da Guiné-Bissau Kumba Ialá morreu hoje, aos 61 anos, devido a problemas de saúde. O corpo encontra-se na morgue do hospital militar de Bissau, vigiado por militares.
De etnia balanta, o político guineense fundou o Partido da Renovação Social em 1992, a segunda maior força política do país, e foi Presidente da República entre 2000 e 2003, tendo sido deposto por um golpe militar.
Kumba Ialá, que fez 61 anos a 15 de março de 2014, renunciou à vida ativa política a 01 de janeiro deste ano, alegando "haver um tempo para tudo", decidindo apoiar o candidato independente às presidenciais Nuno Nabian.