Reações à morte de Chalana. Rui Costa fala em "dia muito triste para toda a nação benfiquista"

A Federação Portuguesa de Futebol decretou um minuto de silêncio em todos os jogos por si organizados até segunda-feira em memória do antigo internacional Fernando Chalana.
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O presidente do Benfica, o antigo futebolista internacional Rui Costa, lamentou a morte de Fernando Chalana e classificou esta quarta-feira como "um dia muito triste para toda a nação benfiquista" e "até para todos os amantes do futebol". Chalana, formado no Barreirense, representou o clube da Luz durante 13 épocas. Morreu hoje aos 63 anos.

"É um dia muito triste para toda a nação benfiquista, diria até para todos os amantes do futebol", disse o dirigente 'encarnado', em declarações à BenficaTV.

Para Rui Costa, Chalana é considerado, entre os jogadores profissionais da sua geração e da geração do próprio 'maestro', "talvez, o maior génio do futebol português".

"É ver partir um dos maiores génios do futebol nacional e dos maiores símbolos do clube, que terá, com toda a certeza, um lugar na história do clube para todo o sempre, por tudo aquilo que ele fez e tudo aquilo que foi", declarou ainda.

Rui Costa salientou ainda que Chalana foi o seu "último treinador em campo" como jogador profissional.

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, também lamentou a morte de "um dos jogadores mais geniais do futebol português", numa publicação na rede social Twitter, acompanhada de uma foto de Chalana.

"Fernando Chalana faleceu esta madrugada. Um dos jogadores mais geniais do futebol português deixou-nos aos 63 anos. O seu futebol inspirou jovens gerações e despertou paixões pela modalidade. Manifesto as mais profundas condolências à família, amigos e ao SL Benfica", escreveu o governante.

O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, recordou com "grande nostalgia" o antigo futebolista Fernando Chalana, lembrando-o como um "génio" que "empolgou o país".

"Soube dessa notícia com grande tristeza e grande nostalgia. Sou dos muitos portugueses que teve a sorte de ver o Chalana jogar. Há jogadores de futebol e há génios, o Chalana era um génio que se destacava", considerou Pedro Adão e Silva.

Pedro Adão e Silva salientou que a época na qual o antigo futebolista jogou "corresponde a um período do futebol português e da sociedade portuguesa que já não regressa, em que os jogadores permaneciam muitas épocas nos mesmos clubes, em que havia uma ligação entre aquilo que era a origem dos jogadores e a sua presença como jogadores".

O ministro referiu que atualmente, "os jogadores de futebol vivem numa bolha desde muito jovens e, por isso, não correspondem à mesma imagem social que os jogadores daquela altura tinham".

"E isso devolve-me a uma relação com o futebol e a uma relação com o jogo diferente daquela que hoje julgo que todos temos", sustentou.

"Chalana empolgou o país também. Depois de '66, regressámos às competições, e às fases finais das competições internacionais em '84 e aquela seleção, que era composta por jogadores de facto notáveis e extraordinários, foi arrastada para uma derrota épica pelo Fernando Chalana", lembrou.

Pedro Adão e Silva enalteceu ainda a figura de Fernando Chalana como um "jogador de uma singularidade, de uma ligeireza, e que tinha de facto traços únicos, desde logo pela forma como conduzia a bola sem tocar na bola".

"Eu guardo mesmo muita saudade e tenho a certeza que todos aqueles que gostam de futebol guardam na memória essas imagens únicas do Fernando Chalana", rematou.

O antigo futebolista internacional Paulo Futre refere-se a Chalana como a sua "maior referência e inspiração", no dia da morte de Chalana, através de uma publicação mas redes sociais.

"O meu grande ídolo, Fernando Chalana, faleceu hoje. O pequeno grande génio. Sempre será a minha maior referência e inspiração. Os meus mais sinceros pêsames para a família. Até sempre Mito", escreveu o ex-jogador que representou Sporting, FC Porto e Benfica, além de Atlético de Madrid e AC Milan, entre outros clubes estrangeiros.

O futebolista internacional Bernardo Silva, do Manchester City e formado no Benfica, disse que Fernando Chalana é um amigo que guardará para sempre.

"Um grande amigo que guardarei para sempre no meu coração", escreveu o internacional português na rede social Instagram, num texto acompanhado de uma fotografia junto a Chalana, quando este era treinador das camadas jovens e Bernardo Silva jogador.

Já em 2019, por ocasião da apresentação da biografia 'Chalana -- A vida do génio', Bernardo Silva fez questão de sublinhar a importância que o antigo jogador teve na sua carreira, em momentos de descrença.

"Quando tinha 16 anos, numa fase difícil, fez-me acreditar quando nem eu acreditava. Nos estágios, batia à porta do meu quarto para me dizer que eu ia ser um grande jogador e ia ter muito sucesso. Considero que foi um dos grandes culpados do meu sucesso", revelou então o jogador dos 'citizens'.

Chalana comparou mesmo Bernardo Silva a Messi quando se referiu ao jogador como sendo "o Messizinho do Seixal".

Bernardo Silva, confesso adepto do Benfica, fez toda a formação no clube 'encarnado' e coincidiu com Chalana, quando este já desempenhava funções de treinador na estrutura da formação do clube lisboeta.

O selecionador português, Fernando Santos, confessou a "enorme alegria" que sentia sempre que defrontava Fernando Chalana, recordando com "muita saudade" o antigo futebolista.

"Foi um enorme prazer vê-lo jogar, foi um dos maiores jogadores portugueses de sempre. Foi um enorme orgulho defrontá-lo, um dos jogadores que mais dificuldades me criou em campo. Era sempre uma alegria enorme jogar contra ele", reagiu Fernando Santos, numa mensagem publicada no site oficial da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

O selecionador nacional, que enquanto futebolista atuou várias épocas pelo Estoril Praia, salientou ainda a "grande amizade" que se se refletiu aquando da sua passagem pelo comando do Benfica, entre 2006 e 2007, durante a qual Chalana fez parte da equipa técnica dos 'encarnados', como adjunto de Santos.

"A nossa grande amizade refletiu-se também quando foi meu colaborador no Benfica. Recordo-o com muita saudade. Que descanse em paz, eu vou lutar para que a sua alma descanse em paz. Ele bem o merece. Um abraço forte, amigo Chalana", conclui a nota.

O diretor-técnico e de performance do Benfica, Luisão, lamentou profundamente a morte do antigo futebolista e treinador do clube Fernando Chalana, recordando "um dos maiores" da história do emblema lisboeta e "uma pessoa com um coração incrível".

"Muito triste com essa notícia logo pela manhã. Descansa em paz, senhor Chalana, 'Chalanix'. Um dos maiores da história do Benfica e uma pessoa com um coração incrível", escreveu o dirigente dos 'encarnados' na rede social Instagram, numa publicação acompanhada por uma fotografia de ambos.

Luisão, que jogou no Benfica durante 15 anos, entre 2003 e 2018, chegou a ser treinado por Chalana na parte final da temporada 2007/08, quando o 'Pequeno Genial' assumiu o comando das 'águias', após a demissão do espanhol José Antonio Camacho.

O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Pedro Proença, lamentou hoje a morte de Chalana, que considera "um dos mais geniais jogadores da história do futebol português" e uma das maiores figuras do Europeu de 1984.

"O futebol português fica mais pobre, mas ficarão as memórias e as fintas de Fernando Chalana, que nunca serão esquecidas", refere Pedro Proença na sua conta na rede social Facebook.

Pedro Proença endereçou ainda "as mais sentidas condolência" à família de Fernando Chalana, ao Benfica e a todos os adeptos, em seu nome e da LPFP.

O antigo jogador do Benfica António Veloso disse que atualmente "não havia dinheiro" para pagar a Fernando Chalana, antigo colega de equipa que teve "o privilégio de ter acompanhado" durante alguns anos.

"Como jogador, escuso de dizer o que foi. Como atleta, foi extraordinário. Se fosse hoje não havia dinheiro que chegasse para lhe pagar. Como pessoa, era extraordinário, também. Só há que lamentar a partida dele", disse Veloso à Lusa, no dia em que faleceu o antigo companheiro.

O antigo defesa das 'águias' recordou, ainda, que o período em que Chalana evoluiu nos relvados "eram outros tempos" e que, se fosse hoje, "haveria outros clubes maiores do que o Benfica, que também é grande" a desejar contar com o 'pequeno genial' nas suas equipas.

"Na altura, era muito difícil qualquer jogador ser transferido para qualquer lado", lamentou Veloso.

E entre as memórias que guarda do antigo companheiro de equipa, "todas na bola, naturalmente", Veloso guarda, particularmente, "a forma como ele conseguia fintar os adversários e, por vezes, voltava para trás para os fintar novamente".

"Era uma magia que tinha muito grande e confiança, que nos deixava a todos com bastante satisfação", lembrou António Veloso.

O antigo futebolista do Benfica, João Alves, recordou Fernando Chalana como "um ser humano fantástico" e "um dos grandes jogadores que Portugal teve".

"Era um daqueles companheiros que ninguém se chateava com ele, estava sempre tudo bem para ele. Sempre um grande companheiro, uma pessoa bem formada. Um grande jogador, isso todos sabemos, dos grandes jogadores que Portugal teve", disse o 'luvas pretas' à agência Lusa.

"Sempre bem-disposto, brincalhão" e "sem maldade nenhuma", Fernando Chalana foi, para João Alves, "um ser humano fantástico, incrível", com quem partilhou o balneário durante quatro anos, formando aquele que foi, na sua opinião, "o melhor meio-campo" de todos os que participou na sua carreira.

"Joguei com o Carlos Manuel e o Chalana, um em cada ala, e eu e o Shéu no meio. Esse meio campo do Benfica era fantástico, com tudo, com uma qualidade técnica e criatividade enormes. Os títulos que ganhei no Benfica foi com esse meio-campo", recordou o agora treinador.

Em termos internacionais, João Alves lembrou que o extremo, que também jogou no Bordéus, em França, "atingiu o seu auge na Eurocopa [Campeonato da Europa] de França, em 1984".

"Foi, talvez, a principal figura desse Campeonato do Mundo [Europa]. E se não foi, foi das principais. Disso, não tenhamos a menor dúvida", sentenciou o antigo médio do Benfica.

O Bordéus lamentou a morte do ex-internacional português Fernando Chalana, que representou o clube francês de 1984/85 a 1986/87, com uma referência na sua conta na rede social Twitter.

O clube tomou conhecimento com tristeza do falecimento de Fernando Chalana. O Bordéus envia as suas mais sentidas condolências à família e entes queridos", referem os 'girondinos'.

O tweet do Bordéus é acompanhado de uma fotografia a preto e branco de Fernando Chalana durante um jogo com a camisola do clube francês.

O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, destacou o antigo futebolista internacional Chalana como "uma figura nacional, muito consensual", no dia da morte do 'pequeno genial', aos 63 anos.

"É, seguramente, uma grande referência, não apenas do desporto nacional e particularmente do futebol, mas também uma figura nacional, muito consensual, pela sua maneira de ser e feitio e a facilidade que tinha de criar amizades", disse.

"Para a minha geração, aquele pé esquerdo era de facto um pé maravilhoso. Perde o desporto e perde Portugal e lamentamos, naturalmente, esta partida do Chalana", acrescentou.

O Sporting assinalou a morte do antigo internacional português Fernando Chalana, que rotulou de "uma grande figura do futebol português", na rede social Twitter.

A nota "Descansa em paz, Fernando Chalana" é acompanhada por uma fotografia do antigo jogador do Benfica com Rui Jordão, ao serviço da seleção, um dos históricos jogadores dos 'leões', que morreu em 2019.

O FC Porto lembrou os duelos que fazem parte da história do clube, recordando Fernando Chalana.

"Duelos que também fazem parte da nossa história. Descansa em paz, Fernando Chalana", lê-se numa mensagem publicada na página dos 'dragões' na rede social Twitter, acompanhada por dois lances do 'Pequeno Genial' em encontros frente ao FC Porto.

O Estrela da Amadora definiu Fernando Chalana como o jogador de "excelência" que terminou a carreira de futebolista ao serviço do emblema da Reboleira.

"Um atleta de excelência que representou Portugal nos maiores palcos e terminou a sua carreira de tricolor ao peito. A todos os familiares e amigos, o CF Estrela da Amadora endereça as mais sentidas condolências", assinalou o clube.

Pepa, antigo jogador da formação do Benfica e atual treinador do Al-Tai, da Arábia Saudita, lembra Chalana como tendo sido a pessoa que mais o marcou no Benfica.

"Obrigado por tudo, Fernando Chalana. Fernando, Chalas, Chalanix ou simplesmente a pessoa que mais me marcou durante as duas passagens pelo Benfica. Quando era um miúdo da formação, com apenas 13 anos, foi como o meu segundo pai. Depois, como treinador na formação, onde éramos colegas, construímos uma amizade forte e estávamos sempre muito próximos", lê-se na mensagem que publicou no Instagram.

"Além de uma referência do futebol português, que perdurou muito para além da sua geração, Chalana granjeou sempre o respeito e admiração de todos os que com ele tiverem o privilégio de privar", lembrou o presidente do Sindicato dos Jogadores de Futebol Profissional, Joaquim Evangelista.

"Na memória de todos, fica o jogador e o seu fantástico percurso desportivo, mas também o homem que ajudou a elevar o futebol português para um patamar superior", acrescentou.

Com início da formação no Barreirense, Chalana, 27 vezes internacional por Portugal, chegou ao Benfica em 1974/75, ainda com idade de júnior e mudou-se em 1984/85 para o Bordéus, clube no qual esteve três anos antes de regressar às 'águias', terminando a carreira com uma época no Belenenses (1990/91) e outra no Estrela da Amadora (1991/92).

Fernando Chalana, 27 vezes internacional por Portugal, chegou ao Benfica em 1974/75, ainda com idade de júnior e mudou-se em 1984/85 para o Bordéus, clube no qual esteve três anos antes de regressar às 'águias', terminando a carreira com uma época no Belenenses (1990/91) e outra no Estrela da Amadora (1991/92).

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) decretou um minuto de silêncio em todos os jogos por si organizados até segunda-feira em memória do antigo internacional Fernando Chalana.

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