Sebastian Kurz perde moção de censura no Parlamento
Os deputados austríacos aprovaram uma moção de censura contra o chanceler austríaco Sebastian Kurz, dias depois da rotura da coligação governamental entre os conservadores do ÖVP e a extrema-direita do FPÖ motivada pelo escândalo a envolver o líder do Partido da LIberdade da Áustria e até então vice-chanceler, Heinz-Christian Strache.
A moção de censura, apresentada pelo pequeno partido ecologista Jetzt, teve o apoio dos 52 deputados sociais-democratas do SP]O (esquerda), assim como dos 51 do FPÖ. Um voto que tinha sido anunciado horas antes pelo novo líder do partido, Norbert Hofer. O Parlamento tem 183 lugares.
O FPÖ era o parceiro dos conservadores no governo, mas o escândalo a envolver Strache -- filmado a prometer contratos públicos a troca da ajuda dos russos para ganhar as eleições e dominar os media austríacos -- levou Kurz a romper o pacto, ficando com um governo de minoria. Strache era líder do FPÖ há 14 anos.
Os ex-aliados uniram-se agora à oposição para o derrubar, um dia depois de o partido de Kurz ter ganho as europeias no país. Kurz, de 32 anos, está no poder desde finais de 2017. Diante dos deputados, o chanceler defendeu que "ninguém no país poderá compreender a vontade de derrubar o governo". Segundo alguns analistas, ele poderá até beneficiar da situação e aumentar a sua popularidade.
O presidente austríaco tem agora que nomear um novo chanceler que forme um governo interino at´r à realização de eleições antecipadas, que devem decorrer em setembro.
Apesar da polémica em torno de Strache, este foi eleito para o Parlamento Europeu. Apesar de estar em última da lista do partido, em 42º lugar, a lei austríaca permite que os eleitores expressem a perferência por um candidato específico dentro da lista em que votam. Se este tiver o apoio suficiente, poderá ser eleito. Segundo a agência austríaca foi isso que aconteceu: Strache conseguiu 33,5 mil votos diretos, mais do que suficiente para conseguir um lugar, restando saber se ele vai ou não aceitar. No total, o partido conseguiu só três eurodeputados.