Scottie Pippen arrasa Michael Jordan. "Arruinou o basquetebol"
Scottie Pippen arrasa completamente Michael Jordan na sua biografia. Nas últimas semanas têm sido publicados excertos do livro "Unguarded", na qual o ex-jogador dos Chicago Bulls lança inúmeras acusações contra o seu ex-colega. Mas os excertos publicados ontem são demolidores. Para Pippen, Jordan é "um egoísta" que "arruinou o basquetebol". Por isso não tem dúvidas em considerar LeBron James como o melhor jogador da história da NBA.
"Vou mais longe ao ponto de afirmar que Michael Jordan arruinou o basquetebol. Na década de 1980, nos recreios dos colégios, todos os miúdos jogavam com a bola em movimento, passando aos colegas para ajudar a equipa. Nos anos 90 isso acabou. Todos queriam ser e imitar o Jordan, que não passava a bola a ninguém, não queria ir aos ressaltos nem defender o melhor jogador do adversário. Por isso considero que o LeBron James foi o melhor de todos os tempos. Fazia tudo e envolvia os colegas de equipa", acusou.
Um dos motivos que levou Pippen a estalar o verniz foi a mensagem passada no documentário The Last Dance, da Netflix, sobre a carreira de Jordan, onde é insinuado que os Bulls viviam única a exclusivamente de Jordan e que os outros jogadores eram simples acompanhantes da estrela, que ele tratava mal: "No filme ele tentou justificar as vezes que repreendia os colegas em frente ao resto do grupo, como precisava de mostrar o seu lado duro para os motivar. Morri de vergonha ao ver de novo como ele tratava mal os companheiros."
Os ataques prosseguiram: "O Jordan estava enganado. Não ganhámos seis campeonatos porque ele era duro connosco. Vencemos porque jogávamos como uma equipa e existia uma enorme camaradagem entre nós. Não triunfámos por nos sentirmos abençoados por estarmos na mesma equipa que o imortal Michael Jordan."
Por isso, Pippen não tem dúvidas que como companheiro de equipa foi muito melhor do que Michael Jordan. "Perguntem a quem quiserem e que tenha jogado com os dois. Sempre estive ali para dar uma palmada nas costas ou para uma palavra de alento, sobretudo quando o Michael menosprezava os colegas de equipa por uma ou outra razão", considerou.
Antes destas críticas, já tinham saído excertos da biografia do antigo basquetebolista com várias críticas a Jordan, estupefacto com o documentário The Last Dance. "Todos os episódios glorificaram Michael Jordan sem lembrar de forma justa e honesta nem a minha participação nem a dos meus orgulhosos colegas de equipa. E o Michael tem uma grande quota-parte de culpa nisso. Os produtores deram-lhe o controlo editorial do produto final, logo aquilo não podia sair de outra maneira. Ele foi protagonista e realizador", acusou.
"O Michael estava decidido a mostrar à geração atual que foi o melhor de todos os tempos. Ainda melhor do que LeBron James, o jogador que muitos consideram não só seu igual como até seu superior. Michael apresentou a sua história, não a história da "Last Dance"", justificou.
"Não podia acreditar no que estava a ver. Uma e outra vez, o foco de atenção brilhava sempre no número 23. Até no segundo episódio, que se centrou nas dificuldades que eu atravessei até chegar à NBA, a narrativa voltou a Jordan e à sua determinação em ganhar. Eu não era mais do que um adereço. "O meu melhor companheiro de equipa de todos os tempos", chamou-me ele. Mesmo se tentasse, não podia ter sido mais condescendente", lê-se ainda na biografia.
Os Bulls tiveram viveram na década de 1990 um período de ouro e foram os principais responsáveis por mediatizar a NBA em todo o mundo, com seis títulos conquistados entre 1991 e 1998. Todas as seis equipas foram lideradas por Michael Jordan, Scottie Pippen e pelo treinador Phil Jackson.