"Schumacher está a ser tratado para ser capaz de retomar uma vida normal"
Poucas pessoas poderão dizer que sabem verdadeiramente qual o estado atual de Michael Schumacher, o lendário piloto alemão de Fórmula 1 que este ano viu o inglês Lewis Hamilton igualar o seu recorde de sete títulos mundiais.
Depois do grave acidente de esqui sofrido em dezembro de 2013, uma redoma de mistério e silêncio foi montada em volta de Schumacher. E quase ninguém consegue lá entrar, num círculo íntimo preservado ao máximo pela mulher do ex-piloto, Corinna.
De quando em vez surgem pequenas nesgas de informação, uma ou outra pista, através de algum dos relacionamentos mais próximos. Entre os amigos de longa data com acesso à redoma de Schumacher está o francês Jean Todt, atual presidente da FIA e antigo chefe do alemão na Ferrari, que partilhou agora mais alguns pozinhos sobre o assunto.
Em entrevista ao jornal francês Ouest France, Todt referiu que o heptacampeão mundial "está a ser tratado para ser capaz de retomar uma vida mais normal".
Quer isso dizer que Schumacher está consciente? Que voltará a andar ou falar? Que reaparecerá em público algum dia? Ninguém sabe. E Jean Todt não se abriu mais do que isto também.
"Sou muito discreto sobre este assunto, pois sabemos que Michael Schumacher sofreu um acidente gravíssimo e que infelizmente teve grandes consequências. Desde então, ele tem sido tratado para poder vir a regressar a uma vida mais normal", limitou-se a dizer Jean Todt, ao jornal francês Ouest France.
Schumacher, atualmente com 50 anos, sofreu um acidente de esqui nos Alpes franceses a 29 de dezembro de 2013, quando tropeçou e bateu com a cabeça numa pedra, tendo o capacete evitado a sua morte imediata, segundo relatos médicos da altura.
Em novembro de 2019, a mulher do ex-piloto, Corinna, também fez raras declarações públicas sobre o estado do marido, à revista She. "Neste momento, está nas melhores mãos possíveis e nós estamos fazendo todo o possível para ajudá-lo, disso podem ter certeza", disse. "Tentem entender somente que estamos a seguir a vontade de Michael de manter em segredo o seu estado de saúde".
Ora, enquanto pouco mais se vai sabendo sobre o heptacampeão, o mundo prepara-se para assistir à estreia do seu herdeiro na Fórmula 1. Mick Schumacher, filho do campeão alemão, sagrou-se recentemente campeão de Fórmula 2 e vai no próximo ano fazer a sua estreia na categoria rainha, ao volante de um Haas.
"Estou muito contente porque é uma família que adoro. É uma criança que vi nascer ... Tenho um carinho especial por ele, é um apaixonado pelo automobilismo e pela condução", comentou também Jean Todt, nesta entrevista ao Ouest France.
"Desde que as coisas estejam a correr-lhe bem, estou feliz. Mick mostrou que tem qualidades para tirar o máximo proveito de um carro", acrescentou Todt, que catalogou ainda como "esperado" o facto de Lewis Hamilton ter igualado os sete títulos mundiais de Michael Schumacher.
"Eu sabia que era apenas uma questão de tempo para Lewis. Ele é um grande piloto numa grande equipa. Todos os elementos estão reunidos para que haja grande continuidade nos seus resultados. Infelizmente, a concorrência está, digamos, um pouco atrás. Verifica-se isso em relação à Red Bull e ainda mais sobre a Ferrari... e Isso deixa a pista aberta para a Mercedes e para Hamilton", admitiu Todt.
Para o francês que preside à FIA, a superioridade da Mercedes é demasiado evidente. "Frequentemente, as pessoas perguntam-me qual é o papel do carro e do piloto no sucesso na F1. Respondo que um grande piloto, se não tiver um ótimo carro, não conseguirá obter resultados. Isso tem sido verificado. Há vários pilotos que poderiam vencer um Grande Prémio se dirigissem a Mercedes. Por isso, eu sabia que era apenas uma questão de tempo para Hamilton se juntar a Schumacher. E é apenas uma questão de tempo até que ele assine a sua 100.ª pole position, a sua 100.ª vitória em Grandes Prémios. E, se as coisas não mudarem na competição, o seu 8.º título mundial"