Olaf Scholz, o líder dos social-democratas alemães, que venceram as eleições legislativas na Alemanha, assegurou esta quarta-feira que tem "um mandato" para formar uma coligação governamental com os Verdes e os liberais do FDP. "Os cidadãos e cidadãs deram-nos um mandato para construirmos um Governo juntos", declarou Scholz em Berlim, quando os ecologistas, o FDP e o seu partido, o SPD, combinaram reunir-se na quinta-feira para iniciar negociações preliminares com vista à formação de uma aliança..Dez dias após as eleições para o parlamento, que o SPD ganhou por uma estreita margem, as conversações nos bastidores estão a acelerar na Alemanha, ainda marcada pelos meses de paralisia causados à Europa após a eleições em 2017 por intermináveis negociações entre partidos políticos..O SPD venceu as eleições de 26 de setembro, com 25,7% dos votos, os conservadores do bloco CDU/CSU registaram o pior resultado desde 1949, com 24,1%, seguindo-se os Verdes, com 14,8%, e o FDP, com 11,5%..Os líderes dos conservadores reuniram-se com os Liberais no domingo, e com os Verdes na terça-feira, para tentar convencê-los a construir uma tal coligação, a única que lhes permitiria manter a chefia do Governo após 16 anos da era de Merkel..Os Verdes alemães já tinham anunciado esta quarta-feira a vontade de formar uma coligação de governo com os sociais-democratas do SPD e os Liberais do FDP.."Chegámos à conclusão de que é agora lógico continuar as discussões com o SPD e o FDP, com uma procura mais aprofundada de terreno comum", disse a copresidente dos Verdes Annalena Baerbock numa conferência de imprensa, citada pela agência de notícias France-Presse..Os Verdes, que ficaram em terceiro lugar nas eleições que viraram a página na Alemanha após 16 anos de Angela Merkel como chanceler, estão, assim, a excluir uma possível coligação com os Democratas-Cristãos da CDU/CSU, que ficaram em segundo..O SPD, liderado por Olaf Scholz, venceu as eleições com 25,7% dos votos, enquanto a CDU/CSU, liderada por Armin Laschet, registou o pior resultado dos conservadores desde 1949, com 24,1%, seguindo-se os Verdes, com 14,8%, e o FDP, com 11,5%.."O país não pode permitir-se uma longa paragem" enquanto se espera pela formação de uma coligação, disse Annalena Baerbock, referindo-se aos meses de conversações que paralisaram a Alemanha e a União Europeia após as eleições anteriores em 2017. "Propomos agora ao FPD continuar as conversações com o SPD e os Verdes", disse Baerbock..A dirigente dos Verdes acrescentou que o interesse do partido "é fazer avançar as coisas rapidamente"..O outro copresidente dos Verdes, Robert Habeck, disse que "as discussões das últimas semanas mostraram que as maiores intersecções em termos de conteúdo são concebíveis" numa coligação com o SPD e o FDP, "especialmente no campo da política social". No entanto, acrescentou, "o bolo está longe de ser comido" e o acordo ainda não está completo..Os líderes do FDP deverão fazer uma declaração sobre as negociações ainda hoje de manhã. Uma coligação tripartida seria uma estreia na Alemanha desde 1950. A CDU/CSU não desistiu de tentar formar a chamada coligação "jamaicana", em referência às cores dos partidos, com os Verdes e os Liberais, e evitar a coligação "semáforo", entre estes dois partidos e o SPD..Os líderes dos conservadores reuniram-se com os Liberais no domingo, e com os Verdes na terça-feira, para tentar convencê-los a construir uma tal coligação, a única que lhes permitiria manter a chefia do Governo após 16 anos da era de Merkel. As suas conversas com os ecologistas foram divulgadas à imprensa na terça-feira à noite, o que irritou os Verdes.."Confiança também significa que nem tudo é publicado imediatamente nos jornais", disse Baerbock na conferência de imprensa que ocorreu esta quarta-feira.