São Francisco quer banir cigarros eletrónicos

Falta de estudos sobre as consequências na saúde pública e a utilização crescente por parte dos jovens são os motivos invocados para tentar banir os e-cigarros.
Publicado a
Atualizado a

O procurador público Dennis Herrera e o político Shamann Walton propuseram novas leis para diminuir a utilização crescente dos cigarros eletrónicos, na passada terça-feira, em São Francisco, nos Estados Unidos.

A primeira lei visa proibir a venda de cigarros eletrónicos até que os efeitos da sua utilização na saúde sejam estudados pelo regulador nacional, a Food and Drug Administration (FDA). Esta lei, se for aprovada, é a primeira deste tipo nos Estados Unidos e procura conter a utilização crescente dos cigarros eletrónicos. "Por lei, antes de um novo produto de tabaco chegar ao mercado, a FDA deve realizar uma revisão para avaliar o seu impacto na saúde pública. Inexplicavelmente, a FDA não conseguiu fazer o seu trabalho no que toca aos cigarros eletrónicos ", disse o procurador Dennis Herrera.

Os ativistas antitabaco acusam as empresas de cigarros eletrónicos de ter como público-alvo os menores de idade, ao lançar produtos com sabor que procuram estimular a utilização por parte dos jovens. "Temos pessoas viciadas em nicotina que nunca fumariam um cigarro se não fossem os produtos atrativos que visam os jovens", disse Walton, ex-presidente do Conselho de Educação de São Francisco, de acordo com a CBS News.

Em 2018, mais de 3,6 milhões de estudantes do ensino secundário dos Estados Unidos utilizaram cigarros eletrónicos num mês, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças. As empresas de cigarros eletrónicos defendem a sua venda afirmando que estes ajudam a combater o vício do tabaco e que a sua proibição prejudicará as pessoas que estão a tentar deixar de fumar. "Esta proposta legislativa levanta a questão - porque é que a cidade estaria confortável com os cigarros combustíveis nas prateleiras quando se sabe que eles matam mais de 480 mil americanos por ano?", comentou a Juul, a maior fabricante de cigarros eletrónicos dos EUA, em comunicado.

A segunda lei proposta pretende acrescentar os cigarros eletrónicos à já existente proibição de produzir, vender ou distribuir produtos tabágicos em edifícios municipais. "Nós não os queremos na nossa cidade", disse Walton numa conferência de imprensa, citado pelo San Francisco Chronicle.

As cidades de São Francisco, Chicago e Nova Iorque enviaram uma carta conjunta à FDA a pedir que esta investigue os efeitos dos cigarros eletrónicos na saúde pública já e não em 2022 como estaria planeado. A agência ainda não deu resposta ou comentou.

Na semana passada, a FDA divulgou as diretrizes propostas, dando às empresas até 2021 para solicitar a avaliação dos seus produtos de cigarros eletrónicos. O prazo definido era agosto de 2018, mas a FDA concluiu que as empresas necessitavam de mais tempo de preparação, segundo a BBC.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt