São Carlos cancela três óperas da temporada de 2012
A reformulação da temporada foi comunicada em primeiro lugar aos portadores de assinatura do São Carlos e deve-se à contingência da situação financeira e económica de Portugal e consequente diminuição da indemnização compensatória de 2012 para aquele teatro.
Numa carta enviada aos portadores de assinatura, à qual a Lusa teve acesso, a direção daquele teatro lírico refere que a reformulação da temporada foi gizada de modo a ocupar os corpos artísticos do S. Carlos e do teatro, não retirando qualidade aos espetáculos a apresentar tal como o público é merecedor, disse à Lusa a mesma fonte. A reformulação da temporada foi também pensada para que não sejam contraídas dívidas.
Assim, além do adiamento de 'Madama Butterfly', uma produção da Ópera Real de Copenhaga prevista para março e que será apresentada em data a anunciar, o São Carlos decidiu cancelar os espetáculos 'Turandot' e 'Francesca da Rimini', da iniciativa "Contar uma ópera", previstas para maio, e 'Don Pasquale', uma produção do Teatro La Fenice, de Veneza, prevista para junho.
No âmbito da reformulação da temporada lírica, a ópera 'Cosi fan tutte', de Mozart, que estreia a 14 de janeiro, ficou reduzida a cinco das seis récitas iniciais, terminando a de 26 de janeiro.
As duas récitas de 'Amor-traição-morte', a primeira de quatro pequenas óperas contemporâneas em estreia absoluta no São Carlos, que estreava a 5 de fevereiro e repetia a 7, foram adiadas para 2 e 3 de março.
A temporada remodelada do São Carlos inclui ainda uma nova produção de uma pequena ópera 'La Rondine', de Puccini - que sobe ao palco do São Carlos em maio, em datas a anunciar, e que constitui uma estreia absoluta naquele palco de Lisboa.
A indemnização compensatória do Teatro Nacional de São Carlos para 2012 diminuiu 20%, passando de 19 milhões de euros em 2011 para 15 milhões em 2012.