Santa Sé ordena exumação de restos mortais de mafioso
Enrico de Pedis, mais conhecido como 'Renatino', morreu em 1990 num ajuste de contas perto do Campo das Flores, em Roma, e foi sepultado no cemitério Verano da mesma cidade. Uma situação que a viúva não terá aceitado e procurou dar-lhe um enterro de santo.
A vida do falecido foi tudo menos vulgar: nos anos 80 chefiou a organização criminosa Magliana, responsável por dezenas de assassínios, tinha bons contactos e amigos poderosos e destinou à Igreja entre 260 mil a 310 mil euros para obras de caridade.
Carla Di Giovanni aproveitou as "boas ações" e os "conhecimentos" do marido para lhe dar um novo local de sepultura. Conseguiu que o cardeal Ugo Poletti escrevesse uma carta garantindo que "De Pedis foi um grande benfeitor dos pobres", missiva que Di Giovanni levou ao responsável da Basílica de Santo Apolinário, no centro de Roma.
A carta e 20 mil euros deram direito a que 'Renatino' fosse sepultado numa capela da basílica, lugar reservado em princípio a cardeais, santos ou mártires. Uma situação que tem sido, desde então, motivo de escárnio e escândalo em Roma.
A Santa Sé decidiu, entretanto, acabar com o escândalo e ordenou o regresso dos restos mortais do mafioso a Verano.