Campeão desfila à força de Marega

À força de Marega, um prodígio atlético, o FC Porto garantiu a 13.ª vitória consecutiva (cinco no campeonato) e a liderança isolada na I Liga com reviravolta frente ao Santa Clara (1-2)
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Convocado pelo L'Équipe para o onze da fase de grupos da Champions, Marega voltou a ser decisivo num duelo em que o capado resolveu os problemas - e não foram poucos - colocados pelo Santa Clara. Ao golo inaugural de Zé Manuel (38'), o maliano respondeu em esforço para recuperar uma bola e oferecê-la a Soares (1-1, 45'+1'). Na segunda parte, o músculo africano voltou a exibir-se: Soares atirou para defesa de Serginho, Marega foi mais forte do que toda a gente. E fez o 1-2 que garante liderança isolada, 13 vitórias consecutivas (cinco delas na I Liga).

O FC Porto entrou com vontade de acabar com o Santa Clara em duas penadas. E quase o conseguiu, quando Marega (4') e Brahimi (Mamadu desviou o remate perigoso, 6') ameaçaram seriamente a baliza de Marco. Em menos de dez minutos, duas situações de perigo e três cantos a manterem o Santa Clara encostado atrás.

Com 25 golos em seis jogos disputados para a I Liga neste estádio, com duas das equipas mais profícuas da prova (26 dos azuis e brancos, 20 dos açorianos, apenas atrás dos quatro da frente), este era um sinal firme dos dragões de que seria um jogo de golos. Mas o campeão demorou até controlar o resultado.

Porque ao quarto de hora o Santa Clara resolveu o problema da intensidade do FC Porto ao juntar os três médios, permitindo mais recuperações e saídas para o ataque. Patrick destacava-se na direita e foi o lateral que iniciou o lance do golo inaugural. Descobriu Chrien na direita, este cruzou (com sorte, a bola ressaltou na perna de Alex Telles) para a cabeça de Zé Manuel e estava feito o 1-0. Com Felipe e Corona (lateral direito) a abrirem uma avenida para a entrada de cabeça do avançado.
Ainda faltavam bem mais do que os sete minutos regulamentares para os 45, porque Marco ficou lesionado num lance com o colega Fábio Cardoso e teve de sair por volta da meia hora. E esses minutos suplementares foram fundamentais para o FC Porto.

Logo a abrir os descontos, Óliver deu um ar da sua graça e rematou forte para boa defesa de Serginho. Marega, como sempre, não desistiu do lance e cruzou para o segundo poste, onde Soares encostou de cabeça para o empate.
E não é que o FC Porto tenha entrado avassalador na segunda parte, mas os raros raides de Brahimi chegavam para desconcertar o Santa Clara. Depois, novamente em força, Soares ganhou um duelo físico a Patrick (embora pareça ter empurrado o adversário - algo com que o árbitro Luís Godinho não concordou depois de ver as imagens no ecrã junto ao relvado). O remate foi parado por Serginho, mas Marega tem sempre mais um fôlego. Na direita da área, o maliano atirou para o golo e reviravolta.

Pelo quinto jogo consecutivo, a fórmula de ganhar do FC Porto confirmava-se: empate ao intervalo, triunfo garantido na segunda parte. Embora com algum sofrimento pelo meio, depois de baixar a intensidade e ficar desconfortável com algumas investidas do Santa Clara.

Contas feitas, os dragões continuam líderes isolados da I Liga, com mais três pontos do que o Sp. Braga, mas com o Sporting a poder ficar a dois se vencer na receção este domingo ao Nacional. Mais: a equipa chega à 13.ª vitória consecutiva, cinco seguidas na I Liga. Com 37-9 em golos. O momento é de força, no Dragão.

Figura do jogo

Marega é um prodígio atlético, mas não é uma montanha de músculos. Porque isso implicaria que fosse estático. E o maliano nada tem de imóvel. É um atleta intenso, que se sacrifica e que nunca desiste. É um influenciador, porque contagia a equipa para não dar nunca nada por perdido. Mesmo em noites menos inspiradas, ou em que os problemas se acentuam (por culpa do adversário, no caso o Santa Clara).

No Estádio de São Miguel, Marega lutou pela bola que devolveu limpinha a Soares, para o brasileiro empatar (1-1); e correu mais (e melhor) do que todos depois de um remate de Soares não conseguir ultrapassar Serginho. Estava no sítio certo porque é um atleta com sentido de posicionamento e intuição. E lá fez o 1-2. Marcou o sexto em 11 jogos na Liga, o 11.º em 19 partidas de todas as competições. Está no auge aos 27 anos.

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