Sampaio recorda democrata convicto e patriota moderno
"Morreu um homem bom, um democrata convicto e um grande patriota moderno. Portugal e, nós, portugueses devemos-lhe muito. Mas fica-nos o seu exemplo de vida e a memória de um homem autêntico, generoso, honesto, um homem de afetos, com convicções fortes e genuínas", escreveu o ex-chefe de Estado português, numa mensagem enviada à agência Lusa.
Amigo de Marques Júnior, Jorge Sampaio salientou que o militar foi "uma figura incontornável do 25 de abril", marcando a revolução "com a sua determinação, retidão, generosidade de convicções e coragem".
"Integrou o Conselho da Revolução até à sua extinção, tendo sido o seu mais jovem membro, quando tinha vinte e tal anos. Aliava uma enorme simplicidade a um grande sentido de humor e a sua moderação foi uma marca distintiva em relação a muitos dos seus companheiros de abril. Por isso, granjeou tanta simpatia e estima", destacou o antigo governante.
Assumindo estar "profundamente entristecido", Jorge Sampaio recordou que Marques Júnior foi dos poucos 'capitães' de abril que enveredou pela carreira política, primeiro eleito deputado pelo PRD e depois elemento do Partido Socialista, tendo integrado as listas socialistas para a Assembleia até ao ano passado.
"Como se sabe, presidia agora ao Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa (CFSIRP), na afirmação incessante da cidadania e dos valores democráticos em que acreditava e de que não desistia", concluiu Jorge Sampaio.
Marques Júnior morreu hoje aos 66 anos, depois de ter estado internado vários dias no Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, devido a um derrame cerebral.
De acordo com o presidente da Associação 25 Abril, Vasco Lourenço, o velório realiza-se na terça-feira, a partir das 11:00, na Academia Militar, em Lisboa.
No dia seguinta, 02 de janeiro, a missa de corpo presente decorrerá na basílica da Estrela, às 09:30, após o que o funeral seguirá para o jazigo da família, em São Martinho de Bornes, Pedras Salgadas.