Quando Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domènech nasceu, em Figueres, Catalunha, Charles Lutwidge Johnson tinha morrido meia dúzia de anos antes. Fica por apurar se Lewis Carroll, o pseudónimo literário adotado pelo diácono anglicano, matemático, filósofo e fotógrafo inglês faleceu no mesmo dia ou se já tinha sido sepultado antes do passamento físico daquele que o albergou..Pelo meio das duas datas, ficara uma mudança de século: o autor de Alice no País das Maravilhas morreu a 14 de janeiro de 1898, o pintor espanhol nasceu a 11 de maio de 1904..Muito maior é a distância temporal que separa a primeira edição formal das aventuras da menina, que subvertem a lógica e se aproximam - no entender dos especialistas - do universo dos surrealistas, da abordagem sistemática e profissional de Dalí, investido na função de ilustrador da obra: 1865 para a primeira etapa, 1969 para a segunda. Sendo necessário agora cumprir outro salto no tempo, quando se assinala o 150.º aniversário da estreia de Alice, aquilo que tinha ficado restrito a uma edição luxuosa e incomportável passa, por iniciativa da Princeton University Press, a estar ao alcance de (quase) todas as bolsas..Leia mais na edição impressa ou no e-paper do DN