Saldos: aproveite para comprar clássicos

Os saldos escondem muitas armadilhas e a melhor forma de escapar a uma compra inútil é apostar em peças clássicas.
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Há uma frase muito 'snob' o criador de moda alemão Karl Largerfeld que nos ajuda a perceber o engano que há atrás do colorido da palavra "Saldos": "What is trendy is tacky" que é como quem diz "o que está muito 'in' é o que já está 'out". Este aviso vale para todos nós quer sejamos consumidores compulsivos ou frugais. Não nos esqueçamos que os mecanismos de consumo atuam espicaçando a raiz dos nossos desejos, colocando no mercado permanentes novidades. Os saldos acabam por ser uma armadilha que nos faz comprar peças que estão prestes a sair de moda, fazendo-nos encher o guarda-roupa de "pechinchas" que não voltaremos a vestir.

E porque os saldos de verão com os seus 'tops' a 5 euros são os mais perniciosos para a nossa carteira vamos estabelecer algumas regras que nos disciplinem a alegria do consumo:

1- Apostar em peças intemporais em vez das peças trendy - isto implica ter já construído um estilo próprio e dar uma volta mental pelo roupeiro que tem lá em casa para perceber se o que vai comprar dá para fazer o look que pretende, se aquilo que lhe parece aceitável no provador da loja será aceitável lá em casa quando a excitação das compras tiver passado. Claro que a "intemporalidade" varia de pessoa para pessoa mas uma túnica branca, bordada ou lisa, ficará sempre bem com uns jeans, um 'trench coat' , um 'perfecto' ou um 'bomber' continuarão a ser casacos eternos, ao passo que um 'crop top' não passa terá muito mais vida além deste verão...

2- Verificar se a qualidade do tecido ou da confeção se ajustam ao preço. Mesmo que seja ao preço de saldos. Casacos de pele verdadeira, blazers e calças bem confecionados, saias-lápis e peças clássicas são em geral um bom investimento porque mais tarde ou mais cedo vamos usá-las. Agora é preciso reconhecer os clássicos no meio de tantas novidades. As calças largas estilo masculino, ou as calças curtas de inspiração oriental são peças clássicas. Tal com os vestidos-saco, serão sempre um ícone desde que Balenciaga os inventou nos anos 50. Os tecidos "às bolinhas" são também uma peça cujo charme é permanente, seja em camisas, saias ou vestidos. Em geral as peças monocromáticas também são uma aposta mais segura que os padrões. Se este verão estamos todos com os olhos no étnico africano para o ano vamos querer certamente outra coisa que marque o nosso visual.

3- Ir espreitar as tendências de outono/inverno, os blogues e os sites de moda- reconhecer que não sabemos tudo não é sinal de humildade mas sim de inteligência por isso ir espreitar o que escrevem e o que sugerem a Vogue, a Harper"s Bazar, o Style.com, ou o português Betrend.pt podem ajudá-la a perceber as verdadeiras tendências, aquelas que refletem o espírito do tempo. E essas são a moda dos anos 50 e dos anos 90. Não perca pois as saias e vestidos abaixo do joelho, rodados e de cintura marcada muito New Look Dior. As calças, em especial os jeans de cintura alta são outra das peças em que vale a pena investir mas esqueça aquelas manchadas tão em voga por estes dias. O estilo desportivo está aí para despontar aproveite para investir em sweatshirts e num bom par de ténis preppy.

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