Sala de espetáculos e bar no Mercado da Ribeira até fevereiro
João Cepeda, diretor da revista Time Out, que explora o Mercado da Ribeira, acrescentou que abrirão também, no primeiro piso, uma área mais pequena para exposições, uma pequena galeria e um restaurante, referindo que a sala de espetáculos terá capacidade para 600 pessoas.
"Estamos a apontar para o final do mês de janeiro, início de fevereiro", afirmou o diretor da revista.
Em maio, foi inaugurado o piso térreo, que agrega o mercado tradicional, com as bancas e os vendedores, e uma praça de restauração com vários espaços, bem como lugares sentados em área coberta e de esplanada.
A inauguração deste espaço correspondeu à primeira fase da revitalização do mercado, a que a revista Time Out se propôs quando ganhou, em 2010, o concurso público lançado pela Câmara de Lisboa para a exploração, por 20 anos, de cerca de metade do piso térreo e da totalidade do primeiro piso.
Inicialmente, previa-se que as obras no primeiro piso terminassem em setembro. O responsável justificou o atraso com "um problema numa parte do edifício que tem a ver com a fachada e, por razões de segurança", foi necessário suspender a obra, cujo valor total "ronda os seis milhões de euros", adiantou.
Segundo João Cepeda, os trabalhos estão "praticamente concluídos", faltando apenas "elementos técnicos de som, luz e [montar as] cozinhas".
Alguns comerciantes que estão no mercado há décadas disseram à agência Lusa que o negócio não foi afetado pela renovação do espaço, como é caso de Maria de Fátima: "Mantêm-se os mesmos clientes", apontou.
Já Lídia Lourenço, ali com uma banca de legumes e fruta há 50 anos, queixou-se de que "há menos clientes e levam menos", em virtude da situação económica do país.
Opiniões semelhantes têm Alice Bento e Maria da Luz, vendedoras de marisco e de pão há 60 anos e 38 anos, respetivamente. Nem o Natal anima as comerciantes, que dizem que a época "já não é como era".
Contudo, as opiniões divergem quanto ao horário de funcionamento das bancas - uns querem mantê-lo exatamente como está (das 06:00 às 14:00), enquanto outros gostariam de abrir até mais tarde para abranger os clientes da restauração, que funciona normalmente das 10:00 às 24:00 e até às 02:00 de quinta-feira a sábado.
"Se abrangesse as horas em que as pessoas saem dos empregos, seria melhor", considerou o talhante João Carlos Pedroso, que está há 42 anos no mercado, referindo que a "maior parte dos colegas não quer" o alargamento do horário.
Sobre esta questão, João Cepeda comentou: "Quanto mais eles se quisessem juntar à nossa atividade, melhor. O que adoraríamos era ter o mercado aberto e que os clientes aproveitassem".
No entanto, "nunca forçaremos ninguém a fazer isso", concluiu.