Sainz, o mais velho a triunfar nos carros no adeus da Peugeot

Espanhol bicampeão do mundo de ralis venceu o Dakar pela segunda vez aos 55 anos. Nas motos, o austríaco Matthias Walkner festejou a 17.ª vitória seguida da KTM
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O bicampeão do mundo de ralis Carlos Sainz é agora também bicampeão do Dakar. Depois do triunfo em 2010 ao volante de um Volkswagen, o espanhol repetiu ontem a vitória no mítico rali, agora ao volante de um Peugeot, e tornou-se, aos 55 anos, o mais velho piloto a vencer nos carros.

"Estou muito feliz. É uma recompensa merecida. Uma alegria imensa. É curioso que foi aqui que ganhei o meu último mundial de ralis, por estes mesmos caminhos, em 2004. Outra vez Córdoba e Argentina a darem-me uma grande alegria. Passei por vários abandonos nos últimos anos, mas sempre me esforcei ao máximo. Este Dakar foi duríssimo, agora vou desfrutar desta vitória e logo vejo o que fazer no futuro. A Peugeot retira-se e eu decidirei o que fazer em família", disse Sainz, depois de ser consagrado campeão do 40.º Dakar.

O espanhol virou-se para o desporto automóvel depois de tentar ser jogador de futebol (conquistou três títulos na formação do Real) e squash (campeão espanhol sub--16). O primeiro rali em Espanha foi em 1980 e o primeiro título mundial chegou em 1990, repetindo depois em 1992. Com o adeus ao mundial de ralis, o piloto ainda tentou ser presidente do Real Madrid, mas depois aceitou ser vice na lista de Villar Mir, que perderia as eleições para Ramón Calderón.

Sainz virou-se depois para o Dakar, prova que venceu pela primeira vez em 2010 e tentou ganhar de novo na 11.ª participação. E com sucesso. Depois de cinco abandonos seguidos, o espanhol conseguiu chegar ao fim e ser o mais rápido entre os 103 pilotos que começaram a competição - Nani Roma, Cyril Despres, Sebastien Loeb e Carlos Sousa foram alguns dos 49 pilotos que não chegaram ao fim do mais duro rali Dakar na América do Sul (no total, 57% não terminou a prova). Sainz - e o copiloto Lucas Cruz - sobreviveu à controversa punição, por um incidente com um piloto dos squads que acabou por ser anulada e assegurou a vitória final ao terminar a última etapa a 3m19s do vencedor, o sul-africano Giniel de Villiers (Toyota).

A Toyota voltou a estar perto do triunfo, mesmo assim conseguiu colocar dois carros no pódio. Nasser Al-Attiyah (vencedor em 2011 e 2015) repetiu os segundos lugares de 2010 e 2016 e De Villiers (campeão em 2009) foi terceiro, depois de ganhar a última etapa e bater Stéphane Peterhansel por 40 segundos nos últimos 120 km. O "rei do Dakar", graças às 13 vitórias, sete nos carros e seis nas motas, terminou assim no quarto posto.

Walkner na coroação da KTM

Nas motos, Matthias Walkner foi o mais rápido e voltou a coroar a KTM, que festejou a 17.ª vitória seguida. O piloto, que em 2016 sofreu uma queda feia e foi socorrido por Paulo Gonçalves, é o primeiro austríaco a inscrever o nome na lista de vencedores nas motos, sucedendo a Sam Sunderland (abandonou este ano após uma queda).

Walkner geriu bem a vantagem de 22 minutos sobre Kevin Benavides (Honda), que acabou por vencer a última etapa e ainda sonhou com a vitória, mas não conseguiu mais do que ganhar 5m38s a Walkner (8.º na 14.ª etapa). Benavides terminou em 2.º e Toby Price (KTM) completou o pódio do 40.º Dakar, que terminou sem motards portugueses. Fausto Mota, português que corre com bandeira espanhola, terminou em 43.º.

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