Saída à irlandesa assusta barões

É a discussão do momento: deve Portugal sair à irlandesa ou negociar um programa cautelar? As opiniões dividem-se, mesmo no PSD. Mas Passos Coelho reafirmou que a decisão não está tomada e nada foi dito à troika.
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O semanário "Sol" escreve hoje que "cautelar ou saída limpa? A resposta de várias personalidades do PSD, incluindo ex-ministros das Finanças, é que antes de mais é preciso cautela. A recomendação de prudência ao Governo, a três meses do fim da intervenção financeira da troika, vem a par de alguma falta de entusiasmo com a saída limpa - porque os custos e riscos da solução irlandesa podem não compensar".

Segundo o semanário, Eduardo Catroga, que negociou o programa de assistência com o PSD prefere claramente o cautelar. "Em função da situação económica e da percepção de risco por parte dos mercados, a solução mais adequada seria pré-negociar um programa cautelar como rede de segurança". Braga de Macedo, que também liderou as Finanças no conculado cavaquista, contrariando a euforia, acentua a ideia de ser cedo para julgar. "É sensato esperar tanto tempo quanto possível para escolher entre as alternativas viáveis no fim do período de ajustamento - que podem não ser as mesmas que existem agora". Marques Mendes opta também pelo cautelar. "É sempre preferível um programa cautelar pela rede de segurança que cria, que dá outra tranquilidade, sobretudo tendo em conta que se vai entrar em período pré-eleitoral, para não estragar o trabalho feito até agora". Morais Sarmento destaca que a decisão não pode ser nossa "Não é uma questão de gosto do paciente. Os irlandeses não podiam ter saído com cautelar porque a Alemanha recusou. Os irlandeses não tiveram escolha, não havia disponibilidade". Ribeiro e Castro alinha pela prudência. "Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. E fica-me mal falar em tentações eleitoralistas, mas a verdade é que as pode haver. A crónica dos períodos pré-eleitorais nunca foi famosa". António Capucho considera que "É um disparate não avançar para um programa cautelar, porque baixaria o custo dos juros. Uma saída limpa é correr um risco desnecessário, seria uma bravata".

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