Rússia ingressou 93 mil milhões com petróleo e gás nos primeiros 100 dias de guerra
As exportações de carvão, gás e petróleo providenciaram à Rússia uma receita de 93 mil milhões de euros nos primeiros 100 dias desde o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, segundo estimativas do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA), que atribui 61% dessas compras aos países da União Europeia (UE): cerca de 57 mil milhões.
Desta forma, as vendas de hidrocarbonetos estariam a financiar amplamente o ataque russo, uma vez que se estima que o custo das operações militares para o Kremlin seja de cerca de 840 milhões de euros por dia, quando as receitas de petróleo, gás e carvão fornecem aos cofres russos cerca de 930 milhões de euros por dia, mais 10,7%, segundo o jornal El Confidencial.
Segundo esta análise, os 27 membros da UE assumiram, desde o final de fevereiro, 30% das exportações russas de carvão e cerca de 50% do petróleo, enquanto recebiam aproximadamente 75% das exportações de gás natural liquefeito (GNL) da Rússia.
Nos primeiros 100 dias de guerra , os maiores importadores de petróleo russo foram a China, a Holanda, a Itália e a Alemanha; os maiores importadores de gás foram a Alemanha, a Itália e a Turquia; os maiores importadores de carvão foram o Japão, a Holanda, a China e o Taiwan; e, os maiores importadores de GNL foram a França, a Bélgica, o Japão e a Espanha.
No entanto, os responsáveis pelo estudo do CREA apontam que os volumes caíram modestamente em maio, cerca de 15% em relação ao período anterior à invasão, pois muitos países e empresas rejeitaram o fornecimento russo.
Apesar da redução de volumes em maio, com o disparo dos preços de energia a Rússia alcançou ainda assim receitas diárias de 883 milhões de euros, abaixo da média de 1,1 mil milhões entre janeiro e fevereiro, mas bem acima dos 633 milhões por dia entrados em maio de 2021.
Além disso, países como a Índia, que aumentou a importação de petróleo russo, estão a revender esse petróleo como produtos já refinados para EUA e Europa, "criando uma brecha que precisa de ser fechada" no campo das sanções impostas à Rússia, apontam os autores do estudo.