Rússia coordena ataques informáticos com ofensiva militar na Ucrânia, diz Microsoft

Gigante tecnológica indica que observou quase 40 ataques informáticos "destrutivos" que visaram "centenas de sistemas".
Publicado a
Atualizado a

A Microsoft revelou, esta quarta-feira, que hackers alinhados com o governo russo realizaram centenas de ataques informáticos contra a Ucrânia desde que começou a invasão russa, a 24 de fevereiro​​​​.

O relatório divulgado pela gigante tecnológica norte-americana refere que, em táticas de guerra "híbridas", a Rússia geralmente combina ataques informáticos com ataques militares no campo de batalha.

A Microsoft refere que "pouco antes da invasão" foram lançadas "mais de 237 operações contra a Ucrânia", disse a Microsoft , que está trabalhar com especialistas em segurança cibernética ucranianos e empresas privadas para combater estes ataques.

A guerra cibernética inclui "ataques destrutivos que estão em andamento e ameaçam o bem-estar civil, acrescenta a Microsoft.

Na primeira semana da invasão, indica o relatório, hackers russos atacaram uma grande empresa de media ucraniana no "mesmo dia em que os militares russos anunciaram a sua intenção de destruir alvos de 'desinformação' ucranianos e dirigiram um ataque com mísseis contra uma torre de TV em Kiev".

O objetivo de tais ataques coordenados era o de "interromper ou degradar o governo ucraniano e as funções militares e minar a confiança do público nessas mesmas instituições".

A Microsoft refere que observou "quase 40 ataques cibernéticos destrutivos", que visaram "centenas de sistemas", um terço dos quais teve como alvos organizações governamentais ucranianas em todos os níveis, do nacional ao local, enquanto mais de 40% foram direcionados a organizações de setores críticos.

Alguns dos ataques eliminam dados vitais no sistema de computador que foi alvo do ciberataque.

Os hackers usaram uma série de técnicas para obter acesso aos sistemas ucranianos, como "phishing, uso de vulnerabilidades não corrigidas e comprometimento de provedores de serviços de TI upstream".

"Geralmente modificam o malware a cada implantação para evitar a deteção", indica o relatório, observando que os hackers começaram a preparar a sua campanha em março de 2021, quase um ano antes do presidente Vladimir Putin ordenar a invasão da Ucrânia.

"Quando as tropas russas começaram a movimentar-se em direção à fronteira com a Ucrânia, vimos esforços para obter acesso inicial a alvos que poderiam fornecer inteligência sobre as parcerias militares e estrangeiras da Ucrânia", indica a Microsoft.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt