Após as eleições de domingo, Marcelo Rebelo de Sousa começou esta terça-feira a ouvir os partidos com assento parlamentar. No final daquela que foi a primeira reunião, Rui Tavares (Livre) falou aos jornalistas presentes no Palácio de Belém..O deputado recém-eleito começou por anunciar que o partido pediu "reuniões ao PCP, Bloco de Esquerda e PAN" por serem partidos com princípios semelhantes àqueles que o Livre defende. Além disso, Tavares disse que Portugal tem de resolver "a crise ecológica e social" ainda durante esta década..Tal como já havia defendido, o líder do Livre referiu que "como o bloco central, também a maioria absoluta não seria desejável para o país". Essa situação, refere "obriga todos os órgãos de soberania e equivalentes a elevar o tipo de escrutínio" ao futuro governo. Rui Tavares considera também que "a bola está do lado" do executivo que, caso decida "menorizar o Parlamento", levará a que a contestação parta da sociedade civil. Por isso, "tem de se saber se o PS vai ser fiel à ideia de diálogo" tal como prometeu no discurso da noite eleitoral..Quando questionado sobre a possível interpretação dos resultados eleitorais pelos partidos de esquerda, Rui Tavares foi claro: "Cabe a cada partido fazer essa análise", relembrando que "o Livre já tem trabalho feito com o PCP e o Bloco de Esquerda", como no caso da câmara de Oeiras, onde o partido se coligou com os bloquistas e o recém-fundado Volt. Por isso, diz, se surgirem acordos à esquerda, "não serão uma novidade"..Para o líder do Livre, "é importante que a esquerda coopere e se una, que não seja sectária" porque, considera, "se houver mais diálogo e mais cooperação entre os partidos, o eleitorado de esquerda também se une" e vota, não ficando desmotivado. Na opinião de Rui Tavares, o chumbo do OE aconteceu porque "alguns se puseram fora da solução", algo que deve ser agora evitado.