De acordo com a galeria, serão apresentadas as séries "Incêndio", com 14 esculturas executadas em ferro, e 11 em bronze, da série que tem como título "É assim que começa"..Num texto sobre os novos trabalhos, Rui Chafes escreve: "Pedes-me para te deixar ir embora, mas acredito que queres ficar. Vejo-te partir, lentamente, sabendo que nos iremos reencontrar mais adiante, num outro lugar, talvez num outro tempo".."Todos os dias me aproximo desse espaço, mas ainda não consegui vê-lo claramente. Procuro sempre no teu rosto, suave e quase ausente, o caminho que me queres mostrar. (...) Quando, por fim, o delicado e frágil fio de espuma que ainda nos unia se rompe e decides partir, a poeira cinzenta e triste que nos envolvia começa a pousar, revelando as solitárias silhuetas das árvores que se erguem entre as tuas ruínas", continua, no texto sobre as novas esculturas.."A vida é combustão, ficamos sempre com o que nos resta depois do permanente incêndio. "Já não és tu", diremos nós nesse momento. O lugar está em mim. O céu está em ti", conclui..Rui Chafes, 50 anos, nascido em Lisboa, onde atualmente vive, foi galardoado em 2015 com o Prémio Pessoa, em 1995 representou Portugal, juntamente com José Pedro Croft e Pedro Cabrita Reis, na 46ª Bienal de Veneza e em 2004 na 26ª Bienal de S. Paulo, com um projeto conjunto com Vera Mantero..Fez o Curso de Escultura na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, entre 1984 e 1989, e de 1990 a 1992 estudou na Kunstakademie Düsseldorf com Gerhard Merz..O seu trabalho tem sido exposto em Portugal e no estrangeiro desde meados de 1980, em várias instituições, e há dois anos apresentou a exposição antológica "O Peso do paraíso", no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa..A exposição "Incêndio" ficará patente na Galeria Filomena Soares até 18 de março de 2017.