Tem estreia agendada para as 21.00 de quatro de janeiro e é uma das séries que a RTP1 vai passar a emitir na primeira faixa do horário nobre. Chama-se Sim, Chef!, tem Miguel Guilherme à frente do elenco e assinala ainda o regresso de Benedita Pereira à comédia, sete anos depois de ter protagonizado, na altura ao lado de Marco D"Almeida, Ele é Ela na TVI. "Acho que tenho alguma habilidade para a comédia, ou pelo menos algum gosto, e é importante fazermos aquilo de que gostamos. Esse foi um dos pontos positivos quando me falaram deste projeto", contou ontem a atriz durante a apresentação da série à comunicação social, destacando ainda o facto de ter "o mestre" Miguel Guilherme no elenco como um dos elementos fortes desta aposta da estação pública..Aos 31 anos, e depois de ter passado os últimos tempos nos Estados Unidos, onde fez cinema, a atriz frisou a importância da iniciativa da RTP1 em colocar "ficção de qualidade" em prime time. "As séries são o futuro e a televisão pública tem obrigação, independentemente dos resultados das audiências, de fazer coisas com qualidade. O caminho passa por aí: fazer frente às opções que existem nas privadas, onde, em termos de ficção, só há novelas. Estas fazem o seu papel, mas tem de haver espaço para tudo", acrescentou Benedita Pereira, que este ano esteve na antena de Queluz de Baixo com Santa Bárbara..A história de Sim, Chef! tem lugar num restaurante, o Divina Comédia, onde a personagem de Benedita é gerente. Miguel Guilherme interpreta o chef de serviço. "Não tenho jeito nenhum para cozinhar", começou por dizer o ator, para quem regressar à comédia "é sempre bom". "Cada projeto é diferente e isso permite estar permanentemente a aprender", frisou. Para Guilherme, de 58 anos, produtos de ficção televisivos como este não são apenas bons para os espectadores como também para os atores. "A maneira de estar e de produzir é necessariamente diferente de quando fazemos uma novela. É evidente que esta é uma proposta nova e que tem de ser testada. Depois, será feito um balanço. Claro que tudo o que seja ajudar à produção portuguesa de ficção tem o meu apoio"..Na apresentação da trama, Virgílio Castelo, consultor para a ficção da RTP, explicou que o facto de a estação emitir este género de programas na sua antena "cria no mercado cada vez mais a noção de que a RTP pode arriscar em formatos em que as privadas ainda não conseguem". "Vamos fazendo isto um pouco como foram feitas as Descobertas portuguesas: por tentativa e erro. Começamos por passar o Cabo do Bojador, depois o Golfo da Guiné, e vamos por aí abaixo até passarmos o Cabo da Boa Esperança. Essa altura será quando a ficção da RTP poder estar a ombrear, em termos de audiências, com aquilo que se passa hoje em dia nas privadas. Essa será a nossa passagem para o caminho marítimo para a Índia", conclui o responsável.