RTP volta a investir em programação

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A RTP - Rádio e Televisão de Portugal SGPS, que consolida os negócios de televisão e rádio que vão ser fusionados, inverteu em 2005 a descida nos custos de grelha externos, que estavam em queda.

Ponce de Leão, administrador financeiro da RTP, enfatizou o aumento de custos com programação em 2005, num total de 81,9 milhões de euros, mesmo em período de reestruturação económico-financeiro da empresa. Este aumento "resultou do facto de se ter recorrido a géneros mais exigentes financeiramente, como a ficção histórica e documentários". Para 2006, a RTP não especificou projecções de gastos com grelha de programação, salientando que "aumentará na medida em que os proveitos aumentem". Segundo Ponce de Leão, em 2005 foi possível aumentar os investimentos na grelha devido à redução global dos custos, que se ficaram nos 263,9 milhões de euros, o que compara com os 275,6 milhões de euros um ano antes.

Em 2005, os proveitos operacionais atingiram os 265,5 milhões de euros, um crescimento ligeiro de 1,45% face ao ano anterior. A RTP explica que 2004 foi um ano excepcional em termos de proveitos, devido ao Euro 2004, que acrescentou 2,5 milhões de euros às receitas de publicidade, e que permitiu a venda de direitos de jogos por 3,9 milhões de euros. Expurgado o efeito Euro, os proveitos teriam aumentado, segundo a RTP, em 4%. O crescimento das receitas multimédia (1 milhão de euros) e do cabo (7,3 milhões) permitiram aumentar em 1,5% as vendas.

Do lado dos custos, a RTP salienta que, em 2005, começaram a ver-se as sinergias entre rádio e televisão, que resultou numa descida dos fornecimentos e serviços externos em oito milhões. Os custos com pessoal desceram 1,4 milhões, para 98,2 milhões, não se sentindo ainda um grande impacto do programa de rescisões (ver caixa). No total, os custos operacionais foram de 263,9 milhões.

O resultado operacional foi positivo pela primeira vez desde que há canais privados. Esse resultado foi de 1,5 milhões, esperando para este ano 10 milhões positivos. O cash flow operacional totalizou 20,4 milhões, suportando os investimentos de 20 milhões. Os prejuízos atingiram os 31,9 milhões, devido aos custos com a dívida. Os proveitos de publicidade - em 2005 foram de 47,8 milhões e este ano devem ser de 50/51 milhões - servem para pagar dívida. C AM

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