A direção autónoma das antenas Internacionais da RTP e RDP - África e Internacional - vai desaparecer e estruturas, orçamentos e recursos humanos vão ser integrados noutras áreas da empresa. Ao que o DN pôde apurar junto de diversas fontes, esta decisão tomada pela administração da RTP, presidida por Alberto da Ponte, terá sido comunicada hoje quer aos responsáveis, quer às equipas..Assim sendo, e segundo garantiram vários elementos da estação ao DN, "a informação da RTP África e da RTP Internacional vai passar para a direção de Informação de televisão", tutelada por José Manuel Portugal. Já a programação dos canais internacionais vai transitar para Hugo Andrade, atual diretor de programas da RTP1. .No que diz respeito à rádio, "a informação da Internacional, África e a gestão da RDP Internacional passam para Fausto Coutinho", diretor de informação da Antena 1, 2 e 3. Rui Pêgo, na programação, "fica com a RDP África", assegura um outro elemento..Contas feitas, as estruturas que agora vão acumular funções deverão receber os "cerca de 7,5 milhões de euros que estavam afetos à programação dos canais", numa "gestão de orçamento proporcional" e "os jornalistas deverão ser reintegrados" nas redações, assegura fonte ao DN. No total, esta direção trabalhava com mais de oito dezenas de profissionais..O atual diretor dos serviços Internacionais, José Arantes, estava atualmente a estrear os novos programas de informação na RTP Internacional e que tinham sido anunciados em janeiro, bem como conteúdos de programação, como por exemplo o novo formato de história apresentado por Fernando Rosas. Apesar das diversas tentativas, não foi possível recolher declarações do responsável e que, pelo que o DN apurou, poderia, "caso aceitasse a nova estrutura, regressar à pasta da Cooperação". Um outro elemento apontou para "assessoria da administração para a área da Cooperação"..Esta tarde, durante a apresentação da iniciativa de solidariedade da RTP+ para o combate da pobreza infantil,Toca a Todos, Alberto da Ponte referiu à Lusa que "os canais internacionais estão sempre sujeitos a uma evolução organizacional"..Recorde-se que o serviços internacionais têm sido uma bandeira da tutela e da administração da RTP. Em novembro do ano passado, o ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, afirmava: "As antenas internacionais são uma das apostas do novo contrato de concessão, uma aposta muito importante que reflete uma opção estratégica no âmbito do serviço público de televisão, para assegurar a comunicação com comunidades lá fora, mas também para a divulgação económica e os canais têm de ser pensados olhando para a função estratégica que é promoção económica em Portugal". Agora, essas funções deverão ser asseguradas pelas direções de Informação e Programas da RTP1 e RTP Informação.Quanto a Alberto da Ponte, o presidente da estação pública afirmou, a 12 de fevereiro, na Comissão de Ética que "parte do aumento da Contribuição Audiovisual serviria para financiar as antenas, que estão a ser acompanhadas por um grupo de trabalho", sendo que "teriam autonomia editorial e cerca do dobro do orçamento face ao que foi investido. Mais recentemente, a 17 de setembro, Alberto da Ponte dizia aos deputados que "a intenção é reforçar os serviços internacionais".