Ronny Jackson desiste da nomeação a secretário de Assuntos dos Veteranos
Ronny Jackson, médico da Casa Branca, anunciou esta quinta-feira que desiste da nomeação para secretário do Departamento dos Assuntos dos Veteranos. Em março, tinha sido indicado para o cargo pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
O afastamento está relacionado com as acusações de má conduta profissional de Ronny Jackson.
O médico é acusado de beber no trabalho e de receitar analgésicos sem controlo.
Em comunicado, o almirante da Marinha garante que as acusações" são completamente falsas e fabricadas".
"Apesar de estar para sempre grato pela confiança que o Presidente Trump depositou em mim ao dar-me esta oportunidade, retiro a minha candidatura a secretário do Departamento dos Assuntos dos Veteranos", indicou o médico.
"Se [as acusações] tivessem algum mérito, não teria sido escolhido e incumbido de desempenhar um papel tão sensível e importante como o médico de três presidentes nos últimos 12 anos", argumentou Jackson.
"Ao entrar para este processo, esperava perguntas difíceis sobre como oferecer o melhor cuidado aos nossos veteranos, mas não esperava ter de enfrentar ataques anónimos e infundados sobre o meu caráter e integridade", lamentou no comunicado, divulgado esta manhã.
Jackson, um almirante que exerceu a atividade de médico na Casa Branca para os últimos presidentes norte-americanos, estava sob crescente vigilância do Senado e esta semana cancelou a sua audiência de confirmação.
A oposição democrata e o comité de Assuntos do Veteranos do Senado publicaram esta semana um relatório que resume as suas entrevistas com 23 pessoas que trabalham ou trabalharam com Jackson, e que acusa o médico de negligência ao receitar medicamentos, de beber no trabalho e de gerar um ambiente laboral hostil.
A cadeia televisiva CNN e o diário New York Times informaram ainda que durante uma viagem ao estrangeiro em 2015, Jackson se embebedou e provocou algum distúrbio no hotel onde também estava alojado o então presidente Barack Obama.
O relatório democrata do Senado também assinala que Jackson era conhecido pelos funcionários da Casa Branca como "o homem dos caramelos", porque "lhes fornecia os medicamentos que quisessem" sem a respetiva receita.
Depois de demitir o secretário de Assuntos Veteranos, David Shulkin, Donald Trump anunciou em março que Ronny Jackson era a sua escolha para o cargo.