Ronaldo frente ao seu velho conhecido Tim Howard

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Este campeonato está a parecer-se demasiado a um "Mundial de Messi" para o gosto de Cristiano Ronaldo: mesmo a jogar só com uma perna já resolveu dois jogos, o que é o máximo para os grandes jogadores. É também por isso que o jogo de hoje merece uma resposta forte do melhor do mundo, sobretudo se este quiser - e quer - continuar a ganhar esse troféu da FIFA.

Portugal fez um mau primeiro jogo e hoje tem um daqueles encontros em que só tem a perder: precisa de ganhar, e ganhar será apenas normal; empatar será mais uma machadada nas hipóteses de seguir em frente na prova; perder será com certeza dizer adeus ao Mundial e um rombo no prestígio da equipa e de CR7. E para a marca CR7, já agora, seria conveniente uma boa exibição também - podia significar mais contratos publicitários no país dos dólares.

Hoje CR7 tem pela frente um velho conhecido - o guarda-redes Tim Howard. Ambos chegaram ao Manchester United em 2003, num período a que Gary Neville se referiu, não muito simpaticamente, como "os anos Djemba-Djemba". Foi quando chegaram Djemba-Djemba, David Bellion, o brasileiro Kleberson e outros que foram "flops" evidentes nas escolhas de Alex Ferguson. CR7 jogou seis vezes frente a Tim Howard - guarda-redes do Everton desde 2006 e com contrato acabado de assinar por mais quatro épocas - e marcou quatro golos, dois de penálti, dois em remates a 25 metros da baliza.

Howard, 35 anos, é um dos poucos veteranos desta equipa americana que Jurgen Klinsmann tem moldado muito à alemã - há muitos jogadores nascidos ou formados na Alemanha. Howard tem sido daqueles em que o treinador pode confiar e já tem 100 internacionalizações. Mas seria terrível se Portugal não conseguisse fazer um golo ou dois a "Tim Howard & friends".

Portugal vai jogar 400 quilómetros a sul do equador - Manaus tem calor e humidade para dar e vender. Curiosamente, foi ali, na Arena Amazónia, que se disputou um dos jogos mais intensos até agora - o Itália-Inglaterra. Vamos jogar no meio da selva, por assim dizer, com uma equipa remendada pelas lesões de Patrício, Coentrão e Hugo Almeida e o castigo de Pepe. Uma fase final não é um bom momento para fazer experiências mas é por aí que Paulo Bento terá que ir na defesa porque para defesa-esquerdo não há mais ninguém além de Coentrão. É preciso mudar três quintos da defesa - a única coisa certa é que não pode fazer pior do que os titulares fizeram frente à Alemanha. Porque para perder 4-0 foi preciso oferecer três golos e mais qualquer coisa à equipa de Joachim Löw.

Na defesa, a dúvida é se será André Almeida a fazer o lugar de defesa-esquerdo - parece-me francamente difícil que isso volte a acontecer, porque o homem do Benfica não está bem e naquela posição pior ainda. Miguel Veloso seria melhor com William Carvalho a entrar no meio-campo (embora este tenha jogado mal nos encontros de preparação). E Beto na baliza, claro.

E o ponta-de-lança? Deve ser Postiga, pelo que se sabe. No pouco que vamos sabendo sobre a equipa - há um défice de informação segura sobre o que acontece aos portugueses - parece ser essa a decisão, o que à primeira vista parece uma contradição do selecionador, já que no primeiro jogo entrou Éder quando Hugo Almeida se lesionou ainda na primeira parte. Podem-me explicar que Éder é maior, ou mais rápido, ou outra coisa qualquer em relação a Postiga, mas nestes jogos a estratégia é sempre relativa. Se Postiga é melhor devia ter entrado com a Alemanha, se não, Éder devia continuar na equipa. Só que Éder faria o décimo jogo pela seleção com zero golos marcados até agora...

Alguém acreditava que o primeiro seria frente à Alemanha?

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