"Ronaldo ainda está um patamar acima de Salah"

Sabry, ex-Benfica, fala do Portugal-Egito de hoje, do confronto entre as estrelas das duas seleções e da passagem por Portugal
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A seleção portuguesa defronta hoje o Egito (19.45, RTP1), na Suíça, num dos últimos jogos de preparação para o Mundial da Rússia, que tem início em junho. Um confronto particular que irá colocar frente a frente duas das maiores estrelas do futebol atual: Cristiano Ronaldo e Mohamed Salah, este último figura de proa do Liverpool e da Premier League, que muitos já começam a comparar a CR7 e Messi.

Em declarações ao DN, Abdel Sattar Sabry, o avançado egípcio que representou o Benfica entre 2000 e 2001, elogia o compatriota, mas pede calma nas comparações.

"Salah está a jogar muito bem no Liverpool e é o ídolo do Egito neste momento. Messi e Cristiano Ronaldo? Era bom que um egípcio conseguisse um dia chegar a um nível desses. Ele pode consegui-lo, esperemos que sim, mas Cristiano Ronaldo ainda está num patamar acima, tal como Messi", referiu o ex-jogador, hoje com 43 anos.

"Portugal tem grandes jogadores, não só Ronaldo, e o Egito sabe disso. Ninguém vai querer lesionar-se a poucos meses do mundial, pelo que nem Ronaldo nem Salah vão demonstrar tudo o que valem. Mas claro que o selecionador do Egito estará preocupado com Ronaldo, um dos melhores do Mundo e que pode marcar um golo e decidir um jogo", prosseguiu o egípcio que, em Portugal, também representou Est. Amadora e Marítimo.

Apesar das cautelas e de se tratar de um jogo particular, Sabry acredita que Salah pode destacar-se esta noite frente à seleção nacional. "Ele está habituado a jogar contra alguns dos melhores do mundo, por isso pode marcar golos a Portugal, pode decidir, claro, e espero que sim. É muito rápido, tem muita técnica, é de facto um jogador fantástico", referiu, acreditando que a sua seleção pode ser uma das surpresas no Mundial da Rússia.

"Temos jogadores muito experientes e outros, como Salah, a jogarem na Europa em grandes campeonatos. Podemos surpreender porque ninguém está à espera que o Egito possa fazer um grande torneio e isso pode ser bom para nós. Para Salah, o Mundial é uma grande oportunidade para subir ainda mais na carreira, até porque já se fala no interesse de Real Madrid e Barcelona. Um bom Campeonato do Mundo pode levá-lo para um clube ainda maior. Um Salah em boa forma pode também contribuir para o Egito fazer um grande Mundial. Todos esperamos isso", afirmou o agora treinador, que já passou pela seleção do Egito, e agora é adjunto no Entag El Harby, da liga egípcia.

Quanto às anotações que Fernando Santos irá retirar do jogo - o selecionador comparou o Egito a Marrocos, equipa que Portugal vai defrontar na fase de grupos do Mundial -, Sabry entende que as duas seleções africanas são diferentes. "Marrocos tem um estilo de jogo mais europeu do que o Egito. Nós somos muito fortes fisicamente e eles talvez mais do ponto de vista técnico. Mas será um bom teste para Portugal, pois compreenderão melhor a forma de jogar das equipas africanas", considerou.

A conversa com Sabry, que se expressa num inglês nem sempre fácil de entender, terminou com lembranças sobre a sua passagem por Portugal. "Gostei muito de jogar em Portugal e no Benfica. É um dos clubes mais conhecidos do mundo e sempre que ia ao Egito, ou à seleção, todos perguntavam pelo Benfica, como era jogar num clube tão grande da Europa. Tenho saudades desses tempos, mas também gostei de jogar no Marítimo e no Estrela da Amadora", salientou.

O nome de Mourinho também veio à baila, devido à sua atribulada relação com o treinador português no seu último ano de águia ao peito. "Foi uma questão de comunicação. Não entendia bem o português e agora percebo que ele não tenha gostado de muitas coisas. Mas já falámos sobre esse assunto e ele, hoje em dia, é um dos melhores do mundo. Se podia ter feito mais no Benfica? Se calhar, sim, os adeptos gostavam de mim, eu gostava de estar em Lisboa, mas o futebol é mesmo assim, fui feliz a jogar e isso é o que mais me importa", confessou.

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