Rompuy diz que cabe ao Conselho propor presidente da Comissão

O presidente do Conselho Europeu defendeu hoje que cabe aos chefes de Estado e Governo da União Europeia propor o próximo presidente da Comissão e disse estar empenhado em evitar "choques institucionais", nomeadamente com o Parlamento Europeu.
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"Eu tenho a minha opinião pessoal, mas temos de respeitar as opiniões do Parlamento Europeu, o que eu penso pessoalmente não importa", afirmou Herman van Rompuy, durante a apresentação do seu livro mais recente, "A Europa no meio da tempestade, lições e desafios", que decorreu esta manhã em Bruxelas.

Questionado sobre a sua posição em relação à apresentação de candidatos pelas famílias políticas à liderança do executivo comunitário, Rompuy, que termina o seu mandato em novembro, disse que os resultados eleitorais são sempre fruto de muitos fatores e sublinhou que o mais importante é "trabalhar para encontrar um bom presidente da Comissão, um bom presidente do Conselho e um Alto Representante [para a Política Externa] e para o Eurogrupo".

O presidente do Conselho considerou que as mudanças do Tratado de Lisboa, que prevê que o presidente da Comissão deve sair da família política mais votada e uma votação no Parlamento, tornará as coisas "mais difíceis" no processo de escolha, mas garantiu que dará o seu melhor para que "seja encontrada uma solução" e evitado "um choque institucional".

"Precisamos de uma maioria no Parlamento e de pelo menos uma maioria qualificada no Conselho, é o Conselho que propõe o candidato (?) mas não somos cegos e não somos surdos, temos de ouvir o que eleitorado e o que o Parlamento Europeu nos dizem", afirmou.

O também antigo chefe do governo belga disse ter preferido "correr o risco" de escrever um livro sobre a crise europeia ainda em funções, porque agora pode "responder pelo que diz enquanto presidente" do Conselho.

"Depois [de deixar funções] está-se mais livre, mas também se é menos responsável (?) é mais fácil contar a história depois e dizer-se como se estava correto", sustentou, dizendo querer contar a sua "própria versão" dos acontecimentos e não deixá-la "para outros".

Na semana passada, Rompuy já tinha assumido numa entrevista não ser "um grande entusiasta" da ideia de todas as grandes famílias políticas europeias apresentarem nas eleições europeias um candidato "líder" à sucessão de José Manuel Durão Barroso.

ATF// APN

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