Roman Polanski ouvido durante nove horas sobre pedido de extradição

O realizador admitiu que foi doloroso "voltar a coisas que preferia esquecer". Em causa um processo por abuso sexual de menor.
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Roman Polanski, 81 anos, testemunhou hoje durante nove horas num tribunal de Cracóvia, na Polónia, seu país natal, no âmbito de um pedido de extradição dos Estados Unidos devido a um crime de abuso sexual de menor praticado em 1977.

"Foi cansativo e doloroso, porque tive de voltar a coisas que preferia esquecer", disse o realizador polaco aos jornalistas à saída do tribunal, que agora terá algumas semanas para analisar documentos apresentados pela defesa de Polanski. Nova sessão - esta realizou-se à porta fechada - só será realizada em abril.

Premiado com um Óscar em 1977, o realizador de "O Pianista" declarou-se culpado, em 1977, de ter tido relações sexuais de uma menina de 13 anos durante uma sessão fotográfica em Los Angeles, regada de muito álcool e drogas. Polanski cumpriu 42 dias de prisão como parte de um acordo com a acusação, mas no ano seguinte fugiu dos Estados Unidos, convicto de que o juiz não iria respeitar esse acordo e o iria colocar na prisão durante anos.

Em 2009, Roman Polanski foi detido em Zurique, na Suíça, na sequência de um mandado de prisão emitido pelos Estados Unidos, e colocado em prisão domiciliária. No ano seguinte, acabou por ser libertado depois de as autoridades terem decidido não o extraditar.

De acordo com a lei polaca, se o tribunal decidir pela extradição, a decisão terá depois de ser aprovada pelo ministro da Justiça.

Atualmente, Polanski vive em França. A vítima do abuso sexual, uma mulher de 50 anos, lançou livro de memórias no ano passado em que contava o episódio.

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