Rodrigo estava sinalizado pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens
O jovem encontrado morto na quarta-feira, em Portimão, estava sinalizado pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Lagoa, confirmou hoje à Lusa o secretário executivo em funções da Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens.
Sem adiantar pormenores sobre o caso, o jurista Paulo Macedo disse que a sinalização terá sido encetada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Lagoa, local onde o jovem residia com o pai, e que terá transitado para a Comissão do concelho de Portimão, após mudança de residência.
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Este responsável explicou que, de acordo com a lei em vigor, quando um caso é sinalizado por uma CPCJ, o processo é analisado para perceber quais os perigos e riscos em causa e para perceber em que medida pode intervir.
"Se for uma situação que se pode enquadrar em perigo, então a CPCJ abre um processo e a primeira coisa que tem de fazer é convocar os pais para recolher o consentimento para a comissão intervir", referiu, observando que sem este consentimento parental não é possível avançar com o processo.
No caso de crianças com mais de 12 anos, a abertura de um processo necessita, ainda, da "não oposição" do menor em causa.
Caso as autoridades envolvidas percebam tratar-se de um caso urgente que envolva perigo de vida ou da integridade física ou psicológica da criança ou jovem e que, por isso, "não pode aguardar por procedimentos mais demorados", a comissão pode intervir, remetendo o caso ao Ministério Público.
Sempre que a situação de risco seja dada por excluída ou resolvida, a CPCJ responsável pelo caso pode arquivar o processo.
Paulo Macedo explicou que cada processo tem o prazo de um ano, com possibilidade de prolongamento por seis meses, e que uma criança ou jovem pode ser objeto de vários processos.
O corpo do rapaz, de 15 anos, foi descoberto com indícios de morte violenta pouco depois das 09:00 de quarta-feira num terreno baldio entre o sítio das Vendas e o Malheiro, no concelho de Portimão, junto ao hospital da cidade, nas imediações da casa onde vivia.
A autópsia realizou-se esta manhã, mas ainda não há conclusões, sendo necessário realizar exames complementares.
Célia Barreto, a mãe de Rodrigo, colaborou ontem, durante todo o dia, com as autoridades na qualidade de testemunha, tendo dito à PJ que o filho discutiu com o padrasto na manhã em que desapareceu, a 22 de fevereiro. Nesse mesmo dia, o seu companheiro viajou para o Brasil, país onde ainda se encontra e de onde não poderá ser extraditado.
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Entretanto, nas redes sociais, está a ser convocada para sábado, às 21:00, uma homenagem ao adolescente, na zona ribeirinha de Portimão, para a qual as pessoas são convidadas a levar uma peça de roupa branca e uma flor branca.
A organização, que divulga o evento na página "Até Sempre Rodrigo Lapa", refere ainda que, às 21:30, está previsto que se cumpra um minuto de silêncio e se atirem as flores ao rio Arade.