Foi a maior desilusão do Festival de Cannes do passado mês de Maio e também, de algum maneira, a mais desconcertante surpresa. Como é que o autor de dramas tão subtis como A Puritana (1986), O Pequeno Criminoso (1990) ou Ponette (1996) assina um objecto tão convencional, marcado pelos clichés mais típicos do "telefilme biográfico"?
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Vincent Lindon, actor de invulgar energia dramática, bem se esforça para representar a figura imensa do escultor Auguste Rodin (1840-1917), as suas convulsões emocionais e criativas, mas sem nunca conseguir superar o registo mais banalmente hagiográfico.
Mesmo a fundamental relação com Camille Claudel, interpretada por Izïa Higelin, carece de contextualização e intensidade. Lembremos, por isso, o belíssimo Camille Claudel (1988), de Bruno Nuytten, com Isabelle Adjani e Gérard Depardieu.
Classificação: * medíocre