Rock in Rio Lisboa. 18 anos a criar memórias futuras

Nas últimas duas décadas, o festival tem trazido muitos dos grandes nomes da música ao Parque da Bela Vista. Recordemos alguns deles.
Publicado a
Atualizado a

Durante alguns anos chegavam a Portugal imagens e sons de um grande festival que decorria no Brasil e que levava milhares a verem ao vivo lendas do rock e da pop que por cá só nos chegavam pela televisão. O primeiro Rock in Rio aconteceu em 1985. Algumas décadas depois, em 2004, chegava a Portugal pela mão do brasileiro Roberto Medina, com muitos portugueses a não gostarem da ideia. Mas desde então, já lá vão 18 anos e nove edições - contando com a que começa amanhã em Lisboa - com muita assistência. Em Portugal, o festival, tem trazido nomes que escreveram a história do rock. Logo na primeira edição, a organização trouxe um músico há muito aguardado: Paul McCartney - logo no primeiro dia de festival. A que se seguiram nos dias seguintes da mesma edição Peter Gabriel, Sting, Britney Spears, entre outros. Dois anos depois, 2006, a segunda edição trouxe Roger Waters, Santana, Amy Winehouse, e muitos outros. Nas edições seguintes mais nomes sonantes: Bruce Springsteen, Elton John, Stevie Wonder, Metallica, Maroon 5, Arcade Fire, Queen, etc. Em 2016, uma edição atribulada, com a cantora Ariana Grande, cabeça de cartaz na altura, a adoecer e a cancelar o concerto. A última edição decorreu em 2018 com os cabeças de cartaz Muse, Bruno Mars, The Killers e Katy Perry e um momento muito especial de homenagem ao guitarrista dos Xutos e Pontapés. Agora, depois de interregno provocado pela covid-19, o rock está de volta a Lisboa nos dias 18, 19, 25 e 26 de julho para criar memórias futuras.

29 de junho de 2018

Quando o Presidente da República, o primeiro-ministro, o presidente de Câmara de Lisboa e o presidente da Assembleia da República se juntaram aos Xutos e Pontapés no palco principal do Rock in Rio, aquele dia chuvoso de 29 de junho ficou para sempre na memória dos que lá estiveram presentes. O propósito foi homenagear o guitarrista Zé Pedro, que morreu em novembro de 2017 aos 61 anos. Aquela fora a primeira vez que a banda portuguesa atuava no Rock in Rio sem Zé Pedro. Pelo menos fisicamente, porque nos ecrãs o guitarrista renasceu virtualmente para voltar a tocar um tema com a banda. Foi uma sorte viver aquele momento de lusitanidade contemporânea ao vivo. Não porque seja grande fã de Xutos (perdoem-me os milhões de fãs), mas pelo momento irrepetível de portugalidade. Foi festa de alegria com saudade! Como só os portugueses sabem fazer. Lembro-me de estar numa tenda de uma marca, a convite, locais esses onde a maioria costuma ir para ver e ser visto e não ligar muito aos concertos. Mas naquele momento, todo o Parque da Bela Vista, sem exceção parou para ver Marcelo, António Costa, entre outros, cantarem A Casinha em palco com os Xutos. FG

20 de maio de 2016

A noite já ia longa quando Brian May avançou pelo palco e lançou um "gente porreira de Lisboa" às dezenas de milhares de pessoas que assistiam ao concerto dos Queen. O guitarrista cantou Love of my Life. E nós cantámos mais que ele. "Beautiful!" resumiu, enquanto Freddie Mercury surgia no ecrã atrás dele. O eterno vocalista dos Queen não podia faltar e o público vibrou. E foi um Brian May emocionado que terminou a canção e recebeu de Roger Taylor outra guitarra. O baterista saiu de trás da bateria para cantar These are the Days of Our Lifes. E o desfile de imagens continuou: Freddie com bigode, sem bigode, May de caracóis negros e Roger Taylor com cara de bebé. Depois do momento alto da velha guarda e antes de devolver o palco a Adam Lambert, o jovem vocalista que aceitou o difícil desafio de preencher a vaga de Mercury, tempo para um duelo de guitarras. Roger Taylor versus Rufus Tiger Taylor, o filho. Seis anos depois, e com a memória refrescada pelo YouTube, diria que o Taylor mais velho ganhou. Lambert voltou com Under Pressure, ele que começou logo por dizer que Freddie há só um. A noite não chegava ao fim sem Bohemian Rhapsody. O encore trouxe Radio Ga Ga, We Will Rock You e We Are the Champions. "Tanta música boa", dizia o puto Daniel ao meu lado. Tanta. HT

19 de maio de 2016

O Rock in Rio de 2016 apresentava Bruce Springsteen e a E Street Band como cabeça de cartaz para aquela edição lisboeta do festival, mas para mim The Boss estava apresentado há mais de 30 anos, desde que eu era um adolescente e daí a excitação de vê-lo. Born to Run fez Springsteen famoso ainda nos anos 70, mas foi com Born in the USA, de 1984, que me tornei fã do cantor rebelde. Aquela forma de cantar quase a gritar, uma certa rouquidão até, também marcou We Are the World, uma canção de 1985 dedicada a ajudar África composta por Michael Jackson e Lionel Richie e em que a dada altura Springsteen e Stevie Wonder brilham num duelo de hipertalentosos (vejam no YouTube, vale a pena). Em Lisboa, The Boss mostrou uma energia tremenda, mesmo já não sendo o trintão que me impressionou da primeira vez. Em 2016, Springsteen, apesar dos quase 67 anos, foi uma máquina imparável logo a seguir ao "Olá, Portugal", começando com Badlands. Foram mais de duas horas cheias de momentos altos, com sorrisos para uma multidão que conhecia de cor o que estava a ouvir, sobretudo quando Born in the USA finalmente chegou. Era a América a ser mesmo grande. LPF

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt